MinC e UFG lançam a segunda edição da Revista Pihhy
A Revista Pihhy, vinculada ao “Programa Conexão Cultura e Pensamento”, é uma iniciativa entre o MinC e o Curso de Educação Intercultural, do Núcleo Takinahakỹ da UFG.
Em sua segunda edição, a Revista Pihhy (em mehi jarka, língua falada pelo povo Mehi-Krahô, significa semente) apresenta conhecimentos ancestrais, ressalta a pluralidade linguística e cultural, enorme riqueza deste país, e lança mais quatro e-books indígenas, disponíveis a toda sociedade, colaborando com processos de formação e aprendizagem centrais para a democracia e o bem-viver.
A iniciativa é uma parceria entre o Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Diretoria de Educação e Formação Artística (Diefa) e o Curso de Educação Intercultural, do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI), da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Nesta edição, destacamos o início de parcerias internacionais, que criam pontes de conhecimento e diálogo intercultural, com outros territórios e idiomas, fazendo circular pensamentos originários e plurais.
Por meio de um convênio com a Universidade da Califórnia e o Centro de Estudos Latino-americanos e Caribenhos, em Berkeley, Estados Unidos da América, disponibilizamos importante texto de intelectual Kaingang, na língua inglesa, buscando reverberar em distantes países e territórios.
No mesmo caminho, de volta, no eixo Diálogos Latino-americanos, traduzimos para a língua portuguesa, um belo conto, de autoria de intelectual Mixe/Ayuuk, de Tlahuitoltepec, em Oaxaca, México, possibilitando a nós conhecermos outros territórios, saberes e culturas.
Nesta edição, ainda, anciãs Apinajé e Tapirapé seguem a reflexão sobre a saúde, tema fundamental para a humanidade, desde uma perspectiva indígena, no eixo A palavra da mulher é sagrada. Escritoras Kayapó e Apinajé apresentam belos contos indígenas, e refletem sobre a potência da literatura indígena contemporânea. Advogados indígenas Xukuru-Kariri e Xerente indicam aspectos jurídicos fundamentais aos Direitos Indígenas e à própria democracia brasileira.
Cantores e cantoras, Ticuna e Yudjá, nos afetam por meio de suas performances musicais e nos ensinam sobre seus sistemas de conhecimento, rompendo dicotomias como razão e emoção, no eixo Vibrações (sons, corpos e estímulos). Intelectuais Kayapó problematizam a relação do ser humano com a natureza, refletindo sobe a importância das epistemologias indígenas para o bem-viver, no eixo Cadernos Educativos. E muito mais.
Revista Pihhy
O projeto tem o objetivo de fortalecer espaços públicos de reflexão e diálogo em torno de temas importantes da agenda contemporânea. O que se inicia pela difusão desta revista multimídia - alimentada com conteúdos produzidos por intelectuais, docentes e artistas indígenas de diferentes povos e campos de atuação - fortalece o estímulo à criação, produção e circulação, entre múltiplos territórios, de conhecimentos plurais e ancestrais. Deixa evidente a complexidade e o valor da pluralidade epistemológica existente no Brasil.
A Revista Pihhy disponibilizará materiais na língua portuguesa, bilíngues ou plurilíngues, e em inglês, mensalmente, em uma versão digital hospedada no Portal do MinC. O ambiente tratará temas como educação, direito, conhecimentos, política, ciência, artes, dentre outros, por meio de algumas categorias como: Já me transformei em Imagem; Mestres de Cultura; Cadernos Educativos; Literatura Indígena; A Palavra da Mulher é Sagrada; Vibrações, Sons, Corpos e Direitos Indígenas.
A Revista Pihhy é isso: movimento, ancestralidade, pluralidade e contemporaneidade!
É a busca de outros mundos possíveis, por meio de relações interculturais respeitosas.
Não deixem de conhecê-la e de plantar esta semente no coração!