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CELEBRAÇÃO
Presidente da República institui o Dia Nacional do Maracatu
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Com música, dança, vestimentas típicas e sincretismo religioso, o Maracatu se manifesta como uma expressão cultural intimamente ligada à história e à cultura afro-brasileira. Essa tradição foi sancionada na tarde desta terça-feira (12) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um ato no Palácio do Planalto. O ato institui o Dia Nacional do Maracatu, a ser celebrado no dia 1º de agosto.
A escolha da data homenageia o nascimento do Mestre Luiz de França, líder do Maracatu Leão Coroado, em Pernambuco. Com a criação do Dia Nacional do Maracatu, busca-se fortalecer os elementos dessa manifestação cultural que se faz presente em quase todos os estados brasileiros.
O Maracatu, um dos ritmos populares mais importantes do Nordeste, surgiu em Pernambuco no final do século XIX. A tradição carrega influências da cultura africana, indígenas e portuguesa, refletindo a diversidade cultural brasileira.
“O dia de hoje muda, definitivamente, a compreensão e a visão que a gente tem dessa arte cultural do nosso povo brasileiro, que é o maracatu. Significa que o Estado tem que assumir a responsabilidade de fazer com que isso chegue aonde nunca chegou e que seja visto por quem nunca conseguiu ver”, ressaltou o presidente na cerimônia de sanção do PL no Palácio do Planalto.
Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o Maracatu é símbolo de resistência e resiliência. “Hoje é dia de celebrar e reconhecer a cultura brasileira, honrando o legado, a tradição, a força e a resistência do Maracatu, uma das manifestações culturais mais antigas do Brasil. É um ritmo que tem conquistado palcos e públicos internacionais, sendo uma das expressões afro-brasileiras mais antigas de que temos registro”, afirmou.
Segundo ela, o Maracatu representa a inventividade e a criatividade do povo brasileiro e do povo negro, “são espaços de acolhimento, empoderamento e proteção de suas comunidades. Como tradição afro-brasileira, os maracatus têm sido responsáveis por salvaguardar nossa história negra, forjar identidades, preservar tradições e legados, combater a discriminação e valorizar nossa ancestralidade”, destaca.
A ministra reafirmou o compromisso em preservar e promover o Maracatu como patrimônio cultural brasileiro, reconhecendo sua importância para a construção da história e da identidade brasileira.
Tião Soares, diretor de Promoção das Culturas Populares do Ministério da Cultura (MinC), também celebrou a iniciativa. “O Maracatu é mais do que uma manifestação artística; é uma poderosa expressão de identidade e história que nos conecta às nossas raízes. Que possamos sempre valorizar e proteger os povos, os territórios e as comunidades tradicionais, reconhecendo sua importância para a diversidade cultural do Brasil e o fortalecimento da nossa sociedade”.
O Maracatu apresenta duas principais formas de celebração: o Maracatu Nação, com seu cortejo percussivo e real, que desfila nas ruas durante o carnaval, e o Baque Solto, que surge em celebrações como o carnaval e a Páscoa, misturando dança, música e poesia com outras manifestações populares como o bumba-meu-boi e o cavalo marinho. Ambas as expressões são testemunhos da criatividade e diversidade cultural brasileira, refletindo a complexidade e a profundidade da identidade nacional.
Vale lembrar que o Maracatu é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2014. A deputada Luciana Santos (PE), atual ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, foi a autora do projeto que levou à criação do Dia Nacional do Maracatu, inspirado na data já comemorada em Pernambuco desde 1997.