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SEMINÁRIO
Políticas públicas nas fronteiras artísticas são debatidas no segundo dia do Seminário Internacional de Política para as Artes
Foto: Felipe Iruatã
O segundo dia do Seminário Internacional de Política para as Artes: Imaginando Margens, realizado pela Fundação Nacional de Artes - Funarte, em parceria com o Ministério da Cultura e o Sesc São Paulo, abordou em sua primeira parte, realizada na manhã desta quarta-feira (18), o tema “Geografias e imaginários em trânsito”, o evento acontece no Sesc 14Bis, em São Paulo.
As atividades do segundo dia do Seminário foram abertas pelo diretor-executivo da Funarte, Leonardo Lessa, que em sua saudação falou sobre a importância da troca de ideias e experiências durante os três dias do evento. “Para nós da Funarte é uma alegria imensa estarmos aqui reunidos com vocês, trocando, aprendendo e nos escutando e compartilhando essa experiência, para um futuro que já é”.
Seguindo o processo de construção do Seminário, inspirado no fluxo das águas doces e no delicado equilíbrio que mantém esse fluxo vivo, a primeira parte do segundo dia seguiu em direção à “Beira do Rio”.
Com o tema “Geografias e imaginários em trânsito” a primeira mesa do dia foi composta pela autora, diretora de teatro e cineasta, Christiane Jatahy; pelo pesquisador e curador de artes visuais, Moacir dos Anjos e pelo curador e designer de luz de Moçambique, Quito Tembe. A mesa teve a mediação da gestora cultural e especialista em políticas públicas, Mariana Soares.
Christiane Jatahy falou sobre a importância do apoio continuado dos gestores aos artistas. “Estamos vivendo uma fase de muita esperança nas artes brasileiras. Mas, precisamos falar sobre a importância do apoio aos artistas. É possível ampliar a relação e a comunicação entre artistas e gestores. E o fomento às artes pode possibilitar que mais artistas consigam apresentar seus trabalhos, tanto aqui no Brasil, quanto fora do país, onde se perde tantas oportunidades por falta de incentivo”.
O pesquisador e curador de artes visuais, Moacir dos Anjos, abordou a questão da visibilidade e da representatividade nas artes, sugerindo um trabalho inclusivo a todos. “Precisamos de uma política para as artes que promova novos recortes do real, associando temas, gentes e entendimentos do mundo de maneiras inéditas ou antes invisibilizadas. Uma política para as artes que confronte e que desafie as convenções, que por tanto tempo orientaram as distribuições dos corpos no Brasil, para que tenhamos as artes de modo mais acessível e justo”.
Quito Tembe, curador e designer de luz de Moçambique, falou sobre a importância da união entre países fora do eixo europeu na promoção das artes. “Nós olhamos para o Brasil como nosso irmão mais velho (…) Ao falarmos de política de internacionalização das artes, é preciso abrirmos portas para diálogos mais diretos e olhar para nós, não como atrasados, mas como irmãos mais novos. Temos muito o que aprender de vocês e vocês têm muito o que aprender de nós. E só seremos mais fortes se começarmos a desconstruir estes processos e participações artísticas no mercado”.
O seminário é a primeira ação do Programa Funarte de Pesquisa e Reflexão e reúne participantes de todas as regiões do Brasil e de outros seis países, como Bolívia, Canadá, Colômbia, Moçambique, Peru e Portugal. O encontro acontece até 19 de setembro, como um espaço para reflexão e pensamento sobre temas atuais do campo das artes e suas políticas, com ênfase na construção da Política Nacional das Artes, a PNA.