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Política Literária receberá aporte de R$ 2,5 milhões
Foto: Arquivo/Fundação Biblioteca Nacional
Mais livros e menos armas. A política que vem orientando ações recentes do Governo Federal ganha forma, por meio do Ministério da Cultura (MinC), com o lançamento de 50 prêmios divididos em três editais e com aporte total de quase R$ 2,5 milhões. É o estímulo à produção literária no Brasil.
Neste 25 de julho é celebrado o Dia do Escritor e Escritora - data que ainda mais relevância a partir de iniciativas inéditas, como o edital Carolina Maria de Jesus. Voltado exclusivamente às mulheres escritoras, ele disponibilizará R$ 2 milhões para 40 obras literárias, R$ 50 mil por livro. A lista final de escritoras habilitadas pode ser consultada aqui. “É a valorização e o reconhecimento das escritoras brasileiras, suas obras, ancestralidade, criatividade e construção milenar”, avalia a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
O secretário de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba, conta que a ministra, junto a outras lideranças ministeriais, recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma missão. “Lula convocou as ministras e pediu que pensassem políticas para as mulheres. A ministra participou ativamente da criação do prêmio Carolina Maria de Jesus”, revela.
Outras duas ações corroboram a data. São eles, o Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista, promovido pela Fundação Palmares. Conceito que, conforme o edital, é “um movimento cultural, artístico e filosófico que combina elementos da cultura africana e da diáspora africana com a ficção científica, a fantasia e a tecnologia. Ele imagina e especula sobre futuros alternativos nos quais pessoas negras desempenham papéis centrais e são representadas de maneira positiva”. Serão contempladas três obras com recursos de R$ 30 mil cada. E o Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional com R$ 300 mil totais em fomento para obras literárias de 10 categorias. Os prêmios individuais são de R$ 30 mil. Confira o edital aqui.
Piúba defende o pensamento de políticas de fomento à leitura e à literatura sob aspecto de incentivo permanente, envolvendo ações constantes também na área de formação cultural artística.
O diretor de Livro, Leitura e Bibliotecas, Jefferson Assumção, ressalta como grandes ações estruturantes o Programa Nacional de Incentivo à Leitura e o Sistema Nacional de Bibliotecas. “O MinC desenvolve o Programa Nacional do Livro e Leitura. Conjunto de políticas públicas envolvem programas, que envolvem projetos. É um conjunto de ações”, diz, considerando a literatura brasileira como “diversa, potente, inventiva, criativa”.
Já a coordenadora-geral de Livro e Leitura do MinC, Andressa Marques, levanta o ponto de vista das políticas dessa área serem entendidas também como setor relevante da economia. E celebra, neste Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana, espaço para elas serem protagonistas da literatura. Cita como exemplo, Eliana Alves Cruz, cuja carreira como escritora foi impulsionada por política pública um prêmio da Fundação Palmares.
“Políticas públicas em torno do fazer literário são primordiais porque elas, primeiro, estimulam a produção da escrita brasileira, estimulam as novas gerações a pensar criticamente o país, escrevendo. Elas estimulam o testemunho da história. Ou seja, todas as pessoas que escrevem e que estão agora na atualidade fabulando, criando histórias, no futuro elas serão um retrato, uma espécie de documento do tempo que a gente vive. Eu, como escritora, sou fruto de uma política pública de cultura. Ganhei o Concurso Oliveira Silveira de 2015, da Fundação Cultural Palmares”, conta Eliana.
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