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NORDESTE
Plenária com setor cultural encerra agenda do MinC na Paraíba
Foto: Germano Felipe
“Tivemos um auditório cheio de movimentos culturais e pudemos fazer um amplo debate. Foram mais de quatro horas de conversa com os fazedores e fazedoras de cultura, com representações do movimento Hip-Hop, movimento indígena, LGBTQIAP+, movimentos da cultura popular, estudantes, professores”, avaliou o secretário-Executivo adjunto do Ministério da Cultura (MinC), Cassius Rosa, ao final da plenária realizada na noite desta segunda-feira (23), em João Pessoa, Paraíba. O encontro, promovido pelo Escritório do MinC no estado, reuniu artistas, organizações, agentes e fóruns culturais, além de trabalhadores da cultura.
Cassius reforçou que o momento é de construção. “É gratificante ver que a classe artística da Paraíba está engajada nesse processo, entendendo esse momento de reestruturação, de defesa da democracia. Estamos iniciando uma caminhada, temos ainda muito a construir, mas com a colaboração dos movimentos, vamos conseguir de fato construir uma política para que nunca mais se ouse pensar em acabar com o Ministério da Cultura”.
Dina Farias, produtora cultural e membro do Fórum dos Fóruns de Cultura, afirmou que o encontro com um representante do MinC representa um resgate. “Passamos por um golpe, por um desgoverno e por uma pandemia que nos deixou morrendo de fome, literalmente. Eu não falo só na Paraíba, falo do Brasil, mas aqui na Paraíba, o poder público estadual e os municipais também não contribuíram, pelo contrário, Permanecemos com os incentivos parados, sem fomento, sem investimento. Então, vir aqui uma instituição como o Ministério da Cultura, que se reconstrói, que renasce em 2023, dizer que nós somos importantes, que o governo, que a União tem um plano para a cultura brasileira, é revigorante”, disse.
Representando o Fórum dos Artistas Pretos, Pretas e Pretes, o cantor de Hip-Hop Vulto, destacou que o encontro foi necessário, mas avalia que há muito trabalho a ser feito. Sofremos muito nos últimos anos, então para iniciar essa reconstrução de articulações culturais, artísticas, populares, eu acho que esse primeiro passo foi essencial, especialmente porque foi feito ainda no primeiro ano de governo. Temos esses anos pela frente, podemos buscar mais garantias e espero mais encontros como esse dessa noite”.
Presença marcante no encontro, as representações da cultura indígena se posicionaram em relação à necessidade de resgatar não só o setor cultural, mas sua própria identidade. Topázio Aramurú Kariri, que representou a Associação de Famílias Indígenas Kariri na Paraíba, destacou a importância de se ter um representante direto do MinC no encontro. “É importante entender como funciona esses processos, até para poder cobrar nossos direitos. Nesse encontro, senti que foi um lugar de construção e de diálogo e de escuta, e principalmente, entendendo que a nossa pluralidade é imensa”