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Patrimônio Cultural do Brasil: Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal é apresentado em encontro mundial da UNESCO no Marrocos
A cultura brasileira está presente no Marrocos. Até o dia 3 de dezembro, o Governo Federal e Governo do Estado de Minas Gerais realizam ação cultural durante a 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO, na capital do Reino do Marrocos, Rabat.
A iniciativa busca sensibilizar as delegações presentes quanto à futura candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal à Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, além de realizar uma maior divulgação do bem cultural brasileiro junto ao público participante e à imprensa internacional. Ações complementares vão contribuir para esse objetivo: a montagem da Exposição do Queijo Minas Artesanal e um Workshop de Experiência Imersiva sobre os Modos de Fazer O Queijo Minas Artesanal, degustação de queijos das distintas regiões produtoras, além de reuniões técnicas dentro da programação do evento.
A ação consolida a parceria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, com o Governo de Minas Gerias, representado por suas Secretarias de Cultura e Turismo, de Agricultura e Pecuária e demais instituições parceiras que protagonizam a salvaguarda do bem cultural como a Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo).
A candidatura, além de reconhecer nossa diversidade cultural, promoverá mundialmente os saberes e práticas brasileiras, além de potencializar a economia e o turismo nacional. “Mais que uma reunião de saberes e técnicas, os modos de fazer Queijo Minas Artesanal e o seu produto sintetizam um conjunto de experiências, símbolos e significados que definem a identidade do bem, reconhecida por todos os brasileiros. Essa candidatura é muito oportuna, pois o título foi revalidado recentemente no Brasil, é um bem que conta com a apropriação dos seus detentores quanto da comunidade contando, além disso, com o relevante incentivo do Governo de Minas Gerais, características condicionantes para a busca pelo reconhecimento mundial”, afirma Larissa Peixoto, presidente do Iphan. “Esse reconhecimento vai projetar ainda mais o Queijo Minas Artesanal no cenário internacional, promovendo e valorizando esse precioso bem”,completa Larissa.
Após essa participação no evento da UNESCO no Marrocos, a perspectiva é dar sequência aos trâmites necessários para a formalização da candidatura.
Para o diretor do Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan, Roger Vieira, “a candidatura desse bem é extremamente importante por ser o primeiro bem inscrito no Livro de Registro dos Saberes a se candidatar junto à Unesco, representando os conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades.”.
Diversidade
Existem hoje cerca de 30 mil produtores de queijos em Minas Gerais e, desse total, aproximadamente 9 mil são produtores de Queijo Minas Artesanal (QMA) com produção aproximada de 40 mil toneladas anuais. Além disso, 112 queijarias estão registradas no Instituto Mineiro de Agropecuária com o Selo Arte, o que permite a comercialização dos queijos em todo o território nacional.
São dez as principais regiões onde o QMA é produzido, onde o Modo de Fazer, o clima, o território e a biodiversidade de cada região conferem sabores e qualidades singulares incorporando nuances e características locais. O resultado é uma diversidade de cores, texturas e sabores que vem conquistando o paladar dos brasileiros e até dos mais exigentes especialistas.
Tanto que, em 2022, seis queijos mineiros conquistaram medalhas no World Cheese Awards, importante concurso europeu que aconteceu desta vez no País de Gales. E, em 2021, os produtores mineiros conquistaram 40 medalhas no concurso internacional Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, realizado na França.
Histórico do registro do bem cultural:
Em 2002, o Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal foi reconhecido na região do Serro pelo Iepha/MG, sendo o primeiro bem cultural registrado por Minas Gerais como patrimônio imaterial. Em 2008, o Iphan registrou o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, contemplando três regiões: Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre/Alto Paranaíba.
Em 2021, o Iphan alterou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). As novas regiões identificadas foram: Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.
Informações Iphan,
Ascom/ Secult.