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HOMENAGEM
Novo prêmio da Biblioteca Nacional dedicado aos quadrinhos leva o nome de Adolfo Aizen
Foto: Divulgação
Na data em que é celebrado o Dia Nacional dos Quadrinhos, 30 de janeiro, a Fundação Biblioteca Nacional (FBN), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), anuncia o nome da nova categoria de seu prêmio literário: Adolfo Aizen (1904-1991). O jornalista de origem judaica e russa, naturalizado brasileiro, trouxe dos EUA e licenciou por aqui as primeiras HQs com heróis como Mandrake e Flash Gordon. Aizen foi pioneiro na produção de suplementos em quadrinhos nos jornais do país, no periódico A Nação, em 1934. Foi também fundador da primeira editora nacional especializada no gênero: a Editora Brasil-América Limitada (EBAL), que funcionou entre 1945 e 1995.
O prêmio Adolfo Aizen será concedido anualmente, com as demais categorias do Prêmio Literário Biblioteca Nacional, oferecendo premiação de R$ 30 mil para o trabalho vencedor. O prazo para inscrições e as regras para participação serão divulgadas em edital a ser lançado pela FBN. Para acessar o site da Brasiliana da Literatura Infantil e Juvenil e saber mais sobre quadrinhos na Biblioteca Nacional, clique aqui.
Sobre Adolfo Aizen
De origem judaica e russa, Adolfo Aizen veio com a família para o Brasil devido à perseguição contra os judeus empreendida pelo czar Nicolau II. Instalada primeiramente em São Paulo (SP), a família se transferiu para Salvador (BA) e, em 1922, passa a viver no Rio de Janeiro. No início da década de 1930, Adolfo Aizen começou a trabalhar em uma das maiores gráficas da cidade: a empresa O Malho, que produzia, dentre outras publicações, a revistinha em quadrinhos “O Tico-Tico” – a primeira do gênero no Brasil, voltada para crianças e jovens.
Em 1933, o jornalista viajou para os Estados Unidos a convite do Touring Club do Brasil, para ações de aperfeiçoamento. Lá, entrou em contato com as primeiras revistinhas de heróis, vendidas nas bancas de jornais. De volta ao Brasil, apresentou ao jornalista Roberto Marinho – então editor do jornal O Globo – a proposta de editar um suplemento com historinhas infantis em quadrinhos. Diante da recusa, levou seu projeto para o jornal A Nação, de João Alberto Lins de Barros, que aceitou o desafio e passou a publicar o Suplemento Juvenil, entre 1934 e 1937.
Em seguida, o Aizen deu seu primeiro salto no mundo do empresariado editorial, ao fundar a editora Grande Consórcio de Suplementos Nacionais (1937-1939). Lançou as publicações “Mirim” (1937) e “O Lobinho” (1939), e deu continuidade ao Suplemento Juvenil - já não mais publicado pelo jornal A Nação. Posteriormente, fundou a Editora Brasil-América Limitada (EBAL/1945-1995), empresa que seria dedicada a publicar, principalmente, histórias em quadrinhos. O império editorial de Adolfo Aizen chegou a publicar mais de 40 títulos, atingindo um volume de 150 mil fascículos mensais, circulando em todo o território nacional.
Prêmio Literário Biblioteca Nacional
Considerado um dos mais importantes do Brasil, celebra 30 anos em 2024. Atualmente, é dividido em doze categorias: Poesia (Prêmio Alphonsus de Guimarães), Romance (Prêmio Machado de Assis), Conto (Prêmio Clarice Lispector), Tradução (Prêmio Paulo Rónai), Ensaio Social (Prêmio Sérgio Buarque de Holanda), Ensaio Literário (Prêmio Mario de Andrade), Projeto Gráfico (Prêmio Aloísio Magalhães), Literatura Infantil (Prêmio Sylvia Orthof), Literatura Juvenil (Prêmio Glória Pondé), Histórias de Tradição Oral (Prêmio Akuli), Histórias em Quadrinhos (Prêmio Adolfo Aizen), Ilustração (nome em definição). A premiação é de R$ 30 mil por categoria. Os resultados são divulgados no Diário Oficial da União (DOU) e no portal da Biblioteca Nacional.