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DIFUSÃO CULTURAL
Na 28ª Feira do Livro de La Paz, Brasil promove sua diversidade literária
Fotos: Marco A. Cadena/Feira Internacional do Livro de La Paz
“Foi muito importante a participação do Brasil como homenageado na 28ª Feira Internacional do Livro de La Paz. O país teve oportunidade de mostrar, mais uma vez, uma boa parte da sua imensa diversidade literária”, avalia o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli) do Ministério da Cultura (MinC), Jéferson Assumção, sobre o evento que terminou no domingo (11). Foi a terceira feira literária latino-americana em que o Brasil foi o país convidado de honra neste ano, depois de Havana (Cuba) e Bogotá (Colômbia).
Durante 12 dias, o Brasil realizou 38 atividades, entre mesas, palestras, oficinas, apresentações musicais e mostras de filmes no Recinto de Feiras Chuquiago Marka. O estande brasileiro teve como temática central o Pantanal, bioma compartilhado entre Brasil e Bolívia.
Uma comitiva composta por escritores, artistas e integrantes dos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores representou o país com o intuito de divulgar a literatura brasileira e estimular o intercâmbio cultural junto à Bolívia.
Participaram os autores Rogério Pereira, Rafael Gallo, Paula Fábrio, Joca Reiners Terron, Rogério Barbosa, Cristino Wapichana, Aline Bei, Paty Wolf, Luciene Carvalho, Helena Corezomaé, Matt Ferraz, Marcelo Pereira Rodrigues, a quadrinista Helô D'Angelo e a artista Ruth Albernaz.
“Representar o Brasil na literatura infantil, juvenil e também na indígena, a qual eu pertenço, é importantíssimo nesse momento em que o mundo está enfrentando eventos climáticos extremos e os povos indígenas podem muito contribuir para que ela seja amenizada”, afirma o roraimense Cristino, autor de A Boca da Noite, terceiro colocado no Prêmio Jabuti, categoria infantil, em 2017.
Jéferson realça os temas das discussões realizadas ao longo da feira. “Estivemos presentes em debates sobre temas comuns e importantes sobre a promoção do livro, da leitura, da literatura no Brasil, na Bolívia e na América Latina, fazendo essa articulação a partir da ideia de que os livros são pontes e portas, abrem possibilidades e conectam populações e territórios", observa o diretor da Sefli.
A coordenadora-geral de Livro e Literatura da Secretaria, Andressa Marques, ressalta que a presença do público foi expressiva, inclusive, nas mesas voltadas à literatura infantil, com a participação de muitos leitores em formação.
Internacionalização
Na programação, ela destaca um workshop feito em parceria com o Instituto Guimarães Rosa (IGR) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que realiza um trabalho de apoio a pequenas editoras para que acessem boas ferramentas para o desenvolvimento de seus negócios. “Falamos sobre a estratégica internacionalização da literatura brasileira e a oportunidade que editoras estrangeiras têm de acessar editais de apoio direto com esse objetivo”, relata Andressa sobre a atividade que reuniu editoras independentes da Bolívia.
Na ocasião, integrando a parte prática do workshop, foram apresentados aos participantes os processos de inscrição, bem como os critérios de seleção e avaliação do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), entidade integrante do Sistema MinC (Ministério da Cultura), que conta com a cooperação da Sefli e do MRE.
“É um programa que chama a atenção da região e é um instrumento fundamental para a tradução das nossas obras e para posicionar cada vez mais a economia do livro, mas também a criatividade da literatura brasileira, essa bibliodiversidade produzida no país”, comenta Jéferson.
Atividades
A partir do tema Vozes e Memórias da Natureza, a feira buscou a promoção de uma reflexão sobre a relação entre cultura e meio ambiente. Foram mais de 500 atividades, com dez seções especiais, com a presença de 200 escritores bolivianos e 40 estrangeiros.
A participação brasileira na 28ª edição do evento é fruto de colaboração entre MinC, por meio da Sefli, Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Ministério das Relações Exteriores, Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), Instituto Guimarães Rosa (IGR) e Embaixada do Brasil em La Paz.
Sobre a FIL
Criada em 1996, a Feira Internacional do Livro de La Paz é um evento literário e artístico de destaque internacional, reconhecido como Patrimônio Cultural da cidade em 2003. A FIL incentiva a leitura, a escrita e a diversidade cultural na Bolívia.