Notícias
G20
Mundano e Kumi Naidoo falam sobre arte e cultura na mobilização social para justiça ambiental
Fotos: Maiara Cerqueira
Manejando cinzas das queimadas na Amazônia e a lama de inundações em Porto Alegre, ele faz painéis gigantes na maior capital da América Latina, a cidade de São Paulo. Também manda recados ambientalistas para empresas multinacionais que estampam capas de jornais, defende a natureza, expõe injustiças sociais e fundou a Pimp My Carroça, organização focada em estilizar carroças de catadores de lixo para reciclagem. O artista brasileiro Mundano foi a personificação do conceito de artivismo, durante painel no Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima, nesta terça-feira (5), em Salvador (BA). Com a mediação da presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Mariguella, o painel Artivismo: o poder das artes e da cultura na mobilização cidadã teve a presença de Kumi Naidoo (África do Sul), Iminza Mbwaya (Quênia) e Adrián Sepiurca (Espanha).
“Acredito que essas ondas de calor, as secas extremas, inundações e enchentes são alertas iminentes de que como estamos não podemos ficar. O mundo pede para os artistas se posicionarem. Vamos precisar de todas as ferramentas, arte, tecnologia, inovação. Temos mais de três mil lixões ativos, os catadores trabalham na invisibilidade contra a mudança climática. Fazem mais pelo planeta do que muitas organizações políticas. Defender a natureza é defender nossa existência”, afirmou Mundano.
Não usar a cultura nos faz falhar
O potencial da criatividade foi destacado por Kumi Naidoo, artivista nato. O sul-africano falou sobre o poder que a arte desperta nas pessoas para mobilizações sociais. “Nós costumamos ignorar emoções, mas somos movidos por isso. A criatividade, a arte e a cultura despertam interesses revolucionários. Não estou falando que vamos entregar a solução completa da crise climática. Mas não usar a cultura para isso nos faz falhar, pois esse setor é capaz de mobilizar e comunicar uma mudança social e política”, defendeu.
A queniana, cantora, compositora e advogada Iminza Mbwaya trouxe a música como uma potente expressão artística indutora de mobilização para o clima. “Trabalhamos com cultura para inspirar esperança e para projetar mudanças. Temos um cenário preocupante que não cabe mais espaço para pessimismo. Daqui para frente é colocar a mão na massa e fazer. A música nos motiva e nos ajuda com isso”, declarou.
Ratificando a perspectiva da colega, o espanhol Adrián Sepiurca foi enfático: “Arte, cultura, empatia, comunidade sempre. Artivismo é fundamental. Mas queremos coisas práticas. Sem utopias, ninguém mais que ler grandes acordos. Temos que sair do mundo das ideias e fazer. São nossas ações que nos levam aos resultados. Arte e cultura realmente são transversais porque todo mundo gosta, todos humanos querem, acessam ou produzem cultura e arte” finalizou.
O Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Governo da Bahia, da prefeitura de Salvador, do BYD, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e patrocínio do Youtube.
Acompanhe mais nas nossas redes
Flickr: https://www.flickr.com/photos/ministeriodaculturaoficial/albums
Instagram: https://www.instagram.com/minc