Notícias
25 DE JULHO
Ministra participa do encontro “Mulheres Negras nos Espaços de Poder”
Foto: Filipe Araújo/ MinC
O 25 de julho é um marco de luta e resistência das mulheres negras no enfrentamento do racismo e do sexismo. Na data é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil também é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, homenagem à importante liderança quilombola. Celebrar a data, o Ministério da Cultura (MinC) promoveu, nesta segunda-feira (24), o encontro “Mulheres Negras nos Espaços de Poder”.
“Quero homenagear a honradez, a abnegação e a força dos milhões e milhares de mulheres que foram aviltadas e hostilizadas na sua condição e sofreram os piores massacres da história da humanidade. Apesar de tanto ‘não’, de tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade”, afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes. “Nessas últimas décadas, as mulheres negras, a custo de muito sangue derramado pelos nossos filhos e filhas, suor dos nossos homens e mulheres, e lágrimas das nossas mães e pais estamos na luta para reconquistar cargos de influência. Embora os desafios persistam, essas mulheres estão quebrando barreiras”, completou.
Além da chefe da Pasta, o evento reuniu convidadas como a embaixadora de Barbados, Tonika Sealy-Thompson. Ela destacou a transformação que as mulheres negras vêm realizando na sociedade, citando a primeira-ministra de seu país, Mia Mottley, “que está conseguindo mudar o sistema financeiro do mundo”.
A poeta, escritora e mobilizadora cultural Ryane Leão falou sobre o papel de seu ofício na luta contra o racismo. “Sou uma mulher negra que descobriu que não sou só dor. Quem me mostrou isso foi a escrita. Ela vem me abrindo caminhos”, explicou a autora de “Tudo Nele Brilha e Queima” e Jamais Peço Desculpas por me Derramar”.
“Porque um espaço de poder tem que causar espanto? É melhor vocês se acostumarem. Nós nos preparamos todos os dias para isso. Eu não tenho medo de estar onde estou”, justificou a Yalorixá do Ilé Axé T’oju Labá, Mãe Dora Barreto.
Ao final do encontro, a ministra Margareth Menezes rendeu homenagens à sua mãe, entoando ao microfone a canção “Minha Diva, Minha Mãe”, gravada por ela no disco “Autêntica”.
A cerimônia contou também com a participação da secretária Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, Carmen Helena Foro; da secretária dos Comitês de Cultura do MinC, Roberta Martins; da secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga; da fundadora do Instituto Feira Preta, Adriana Barbosa; da chefe de divisão da secretaria dos Comitês de Cultura, Mukaíla Manika Pereira Braga.
Narrativas de mulheres
Em homenagem ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, também comemorados neste dia 25, a Fundação Palmares, entidade vinculada ao MinC, lançou o projeto “Somos Todas Tereza de Benguela”.
A iniciativa busca organizar uma coletânea de narrativas de mulheres quilombolas e de comunidades tradicionais de terreiro a respeito de suas trajetórias em prol da proteção e da preservação das tradições culturais de seus grupos. Para isso é necessário o preenchimento de um questionário online e a gravação de um vídeo. Veja como participar aqui
O protagonismo destas mulheres na defesa da titulação de terras de suas comunidades e na busca por direitos como educação e saúde, além da luta contra o racismo, a intolerância e o machismo tem como referência Tereza de Benguela. A líder quilombola deu visibilidade ao papel da mulher negra na história do país.