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CIRCULA MINC
MinC realiza etapa de debates do Amapá
Foto: Filipe Araújo/ MinC
Considerado o estado mais isolado do Brasil, o Amapá reuniu centenas de agentes culturais, representantes do poder público e da sociedade civil em mais uma etapa do Circula MinC, na manhã de hoje (29). O evento, promovido pelo Ministério da Cultura (MinC), objetiva ampliar o conhecimento dos fazedores de cultura acerca da Lei Paulo Gustavo (LPG).
Otimismo e reivindicações marcaram as falas na presença da ministra Margareth Menezes e dos secretários, de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes; e de Comitês de Cultura, Roberta Martins - que representaram o ministério na agenda pelo Amapá. O estado comemora 80 anos de existência em 2023, resultado do desmembramento do Pará, em 1943.
A realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 30 (COP), em Belém do Pará, no ano de 2025, é uma das ações de valorização da região, lembrou a ministra. “Com isso [COP], será criado um circuito de cultura e turismo. O evento vai trazer 25 mil pessoas para o Norte. E elas terão a oportunidade de conhecer a sociedade, seu povo e sua cultura”.
A secretária de Cultura do Amapá, Clícia Vieira pontuou a sensibilidade e humanização do MinC no comprometimento de “fazeres culturais”. Lembrou que o estado foi o primeiro a receber representantes do MinC e o esforço da Pasta na desburocratização e descentralização de recursos públicos. “É um novo momento na cultura nacional que se reflete em estados e municípios.” Ela também celebrou a meta de 100% de envio e aprovação dos planos de ação da Lei Paulo Gustavo (LPG), o que significa que o estado está apto a receber os valores disponibilizados.
O senador Randolfe Rodrigues defendeu que “a cultura dá de comer porque é a identidade de um povo”. Já o presidente do Conselho de Cultura, Cirley Picanço lembrou das sequelas deixadas pelo enfraquecimento do setor nos últimos anos, em contrapartida, valorizou a recriação e a escolha de uma ministra com o perfil de Margareth. “Lula acertou em colocar Margareth no Ministério da Cultura, uma artista, mulher negra que veio do setor e da cena cultural com caminhada de longa estrada.”
“A presença de um ministro no estado faz a gente acreditar muito mais no Governo Lula. Estamos sendo vistos de forma igualitária”, celebrou em discurso o professor José Roberto Siqueira Bastos, secretário municipal de Cultura de Vitória do Jari.
Da Associação de Produtores do Amapá, Abel Neto, desejou gestão vitoriosa ao MinC e apresentou uma carta com reivindicações do setor audiovisual.
Josimar Barros, representando produtoras, falou sobre o “custo amazônico” do seu estado e apontou: “Tivemos, com Gil e, agora, com Margareth no Ministério da Cultura, um olhar para a gente sem estereótipos”.
Equidade
Representante do Fórum Popular de Cultura, João Porfírio Freitas Cardoso, o Popó, lembrou que não se faz política sem recursos. “O Amapá é uma cadeira produtiva forte e fundamental para o Brasil”, sinalizou também.
De acordo com a ministra, o presidente Lula sem fala em seus discursos sobre a necessidade de respeito ao outro, a todas as culturas e religiões. Independentemente de posição política, pronunciou Margareth, cidadania é para todos. “É isso que esse governo vai fazer”.
Patrícia Andrade, do Fórum de Cultura, comemorou o fato de o Amapá não ter medido esforços para debater a Lei Paulo Gustavo. “As distâncias no Amapá são longas, tem artistas que se desdobram, gastam dinheiro pessoal para fazer arte. Precisamos reconhecer os esforços para pensar política pública no Brasil”.
Matriz Africana
Mãe Carmem de Oyã, do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Matriz Africana (Fonsanpotma), considera a LPG um marco legal de reparação e reivindicou ampliação de recursos para pontos de cultura.
Integrante de religião de matriz africana e membro do Fórum Afro-Ameríndio do Amapá (Frafamap), Graziela Martins agradeceu o socorro vindo através da Lei e afirmou considerar que a Lei Aldir Blanc “veio com um olhar delicado à matriz africana”.
Cultura de valor
A líder do MinC chama atenção ainda para o setor onde são reunidos 7,5 milhões de trabalhadores. “Precisamos entender o potencial da cultura a partir de pesquisas. Pesquisa é coisa séria. A Lei Aldir Blanc, a Lei Paulo Gustavo, não são do MinC, são do setor cultural do Brasil”.