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COLETIVA
Ministra da Cultura participa de coletiva com adolescentes da rede pública de ensino da Bahia
Foto: Victor Vec/MinC
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e estudantes da rede pública de ensino da Bahia tiveram uma manhã de debates sobre cultura, sustentabilidade, inclusão social e tecnologia, nesta quinta-feira (7), em Salvador (BA). A coletiva de imprensa integra a programação oficial do G20. Ao todo, seis estudantes do Projeto Agência de Notícias na Escola entrevistaram a titular da Cultura, que respondeu às questões, oferecendo a visão da Pasta sobre o futuro do setor.
A estudante, Flavielly Sena Máximo, de 16 anos, do Colégio Estadual Professor Magalhães Neto (Ceman), abriu as perguntas questionando sobre o alcance das políticas culturais em todo o território brasileiro. “Antes de tudo, é preciso entender também o próprio histórico do Ministério da Cultura. O Brasil é um país gigante, e o MinC precisa ter um olhar atento a essa dimensão”, respondeu a ministra.
Margareth Menezes falou dos desmontes que limitaram a atuação do Ministério, mas que, agora, sob a liderança do presidente Lula, retomou sua força para levar a cultura a todos os estados e municípios. Ela explicou também a importância da Lei Paulo Gustavo e da Aldir Blanc na estruturação de políticas culturais que beneficiem não só as capitais, mas também o interior do Brasil.
“Estamos trabalhando para construir 250 CEUs da Cultura até 2027, especialmente em cidades com até 500 mil habitantes. Além disso, a Lei Aldir Blanc estará em vigor até 2027, com R$ 3 bilhões anuais destinados a todas as cidades que fazem parte do Sistema Nacional de Cultura. Esse apoio visa garantir que a cultura chegue a todos os brasileiros, promovendo festivais de cinema, teatro, música e dança em diversas localidades, com especial atenção à juventude”, afirmou, destacando o impacto transformador desses espaços culturais.
Em seguida, Thayssa Souza Nascimento, do Colégio Estadual Anísio Loureiro, questionou o papel da cultura para uma sociedade mais inclusiva. “Nossa cultura é rica e diversa, mas também carrega marcas profundas de desigualdade e exclusão”, disse a estudante.
“Precisamos compreender que tudo o que está acontecendo hoje no planeta, como o desequilíbrio ecológico e climático, está diretamente ligado às ações humanas”, declarou. “A cultura é uma ferramenta poderosa para conscientizar sobre essas questões climáticas”, ressaltou a ministra.
Outras perguntas trouxeram questões regionais, como a da estudante do Colégio Estadual Professor Carlos Valadares, Maria Clara Lima Ferreira, de 16 anos. Moradora do município de Santa Bárbara, a estudante destacou a dependência econômica de sua cidade da produção agrícola e questionou sobre soluções sustentáveis.
A ministra apontou como alternativa a diversificação econômica e o incentivo à cultura local como alternativas, mencionando a importância de projetos culturais e artesanais para movimentar a economia em momentos de crise. “Uma solução sustentável começa investindo em cultura e arte. Em momentos em que surgem esses gargalos, precisamos ter a inteligência de buscar outros campos da economia, como a cultura, a arte, e o artesanato. Isso precisa ser feito com planejamento, com um programa que possa, inclusive, socorrer a comunidade neste momento. Quando se aposta na monocultura, o risco é muito grande, pois, ao surgirem crises, todos são impactados. O planeta passa por mudanças climáticas importantes, e é essencial abrir outras frentes para que a população possa vislumbrar novas oportunidades”, respondeu.
Tecnologia
Graziele Duarte Santos, 18 anos, do Colégio Estadual de Aplicação Anísio Teixeira, perguntou sobre o uso da inteligência artificial na cultura e a importância da regulamentação para proteger os direitos autorais. “A inteligência artificial é uma ferramenta com grande potencial e pode ser usada de várias formas”, disse a ministra, apontando a necessidade de regular o setor para garantir que artistas e criadores recebam retorno por suas obras. “No G20, estamos propondo que os direitos dos criadores e autores sejam respeitados”, complementou.
Para muitos dos jovens presentes, a entrevista foi também uma oportunidade de discutir temas que estão diretamente ligados ao seu cotidiano. Um dos estudantes mencionou o déficit de produção audiovisual na Bahia e a recente criação da Bahia Filmes, uma agência estadual de cinema. “Esse investimento trará mais oportunidades, melhorias na qualidade e cursos e ferramentas para que o cinema baiano se desenvolva ainda mais”, respondeu a ministra, que celebrou a iniciativa como um marco para o audiovisual baiano e uma oportunidade de fortalecer a produção regional.
O evento foi encerrado com um conselho da ministra aos jovens presentes, em tom de incentivo. “Cuidem desses espaços culturais, pois são de vocês. Cuidem de tudo, pois isso é muito importante para o futuro de vocês”.
Ao final, agradeceu aos educadores e ressaltou o papel essencial dos professores na formação das futuras gerações. “Sem professores, não existiria nenhuma outra profissão. Precisamos valorizar esses profissionais, pois são eles que nos dão a chave para o conhecimento.”
Participaram, ainda, da coletiva os estudantes Larissa Aragão Nascimento, Alisson de Oliveira dos Santos, além de Laura Eme, da TV Pelourinho.
Projeto Agência de Notícias na Escola
O projeto Agência de Notícias na Escola, da Secretaria de Educação da Bahia, reúne estudantes e professores para a produção contínua de notícias sobre a escola e seu entorno. A iniciativa visa estimular o protagonismo estudantil e a aprendizagem ativa, desafiando os alunos a criarem conteúdos que refletem diretamente sua realidade. Com isso, desenvolvem habilidades como autonomia, responsabilidade, expressão e competências curriculares práticas, como leitura, pesquisa, argumentação e escrita, tudo em um ambiente de multiletramentos que explora diferentes mídias.