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MinC promove debate sobre periferias para discutir políticas públicas nos territórios
Foto: Victor Vec / MinC
O Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria dos Comitês de Cultura (SCC), promoveu, nesta segunda (11), um encontro para discutir a formulação de políticas públicas nas periferias brasileiras.
O seminário Territórios e periferias - conexões imprescindíveis para as políticas culturais, foi conduzido pelo professor doutor Tiarajú Pablo D’Andrea, coordenador do Centro de Estudos Periféricos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que compartilhou conhecimento e experiências sobre a formação das periferias brasileiras. A mediação foi realizada pela coordenadora de Comunicação do Comitê de Cultura do Distrito Federal, Claudia Maciel.
Além dos servidores do MinC e de entidades vinculadas à Pasta, representantes de outros órgãos do governo federal, como dos Ministérios da Saúde e da Assistência e Desenvolvimento Social, integrantes da Secretaria Nacional de Participação Social e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social estavam presentes.
O intuito é levantar reflexões para formulação de políticas públicas de forma transversal, como explica a secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins. “Tem sido uma aventura muito grande olhar a imensidade desse Brasil e compreender esse contexto, que ainda é tão adverso para as culturas populares e não enxerga a população mais pobre como dotada de direitos sociais. Observar a cultura como fio condutor e de adensamento no processo da cidadania é hoje a nossa tarefa. Precisamos pensar a tradução dessas necessidades da população brasileira em linguagem de gente, traduzir essas necessidades em políticas públicas transversais”, afirmou.
“Quero saudar esse momento. No nosso cotidiano, são poucos os espaços de reflexão e de troca que a gente tem. Então, isso aqui é extremamente especial”, disse Marcelo Tadvald, consultor da Unesco para o Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC).
Participação social
Entre as diversas questões debatidas, professor Tiarajú Pablo destacou as periferias como território de diversidade cultural e fértil em soluções sociais, uma vez que reúne pessoas de diferentes origens que precisam se apoiar no enfrentamento à precariedade vivida nos territórios.
Além da importância de ouvir os movimentos populares, o professor lembrou a necessidade do Estado não perder de vista o fato de que a política pública precisa funcionar para que a população seja de fato contemplada. “Quando a gente pensa em política de Estado, ela precisa ser uma referência para população. As pessoas precisam confiar no que está sendo posto. Como projeção de futuro, a gente precisa se mobilizar para que o espaço de política pública seja referência de confiança da população. Quando a política pública não consegue responder aos anseios da população, a sociedade se vê obrigada a recorrer ao privado e isso incide diretamente no nosso tecido social”, alertou o especialista.
Claudia Maciel, que também é integrante do movimento Hip Hop de Brasília, lembrou que a periferia se mobiliza, mas precisa do suporte do governo. “A gente se organiza nas comunidades e consegue se apoiar em muita coisa, mas existe um limite. Um deles é o da segurança pública, por exemplo. É por isso que a gente tem que sentar para dialogar com o governo”, declarou.
PNCC
O Programa Nacional dos Comitês de Cultura foi criado com o objetivo central de ampliar o acesso às políticas públicas, promovendo a cultura como um direito fundamental. Por meio do fortalecimento da democracia e da participação social, o programa visa integrar a cultura nas agendas locais, regionais e nacionais, fortalecendo a compreensão de que a cultura é um pilar essencial da cidadania e do desenvolvimento social.