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INTERCÂMBIO CULTURAL
MinC promove a literatura brasileira na 28ª Feira do Livro de La Paz
Difundir a literatura brasileira na Bolívia e promover o intercâmbio cultural entre os dois países. A partir desta quarta-feira (31), o Brasil participa da 28ª Feira Internacional do Livro de La Paz (FIL). Convidado de honra do evento, estará representado por comitiva composta por escritores e integrantes dos Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores.
“Essa integração cultural entre os povos brasileiros e bolivianos é algo que interessa à América do Sul. E, mais uma vez, o livro, a literatura e a leitura estarão a serviço de estabelecer um clima de conhecimento mútuo, de cada vez mais a gente ter esse intercâmbio entre a literatura feita no Brasil e na Bolívia”, destaca o diretor de Livro, Leitura e Bibliotecas da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli) do MinC, Jéferson Assumção. “Isso tudo é importante também para o desenvolvimento de uma sociedade democrática, internacional, que é o que nós queremos, e o livro e a leitura são instrumentos fundamentais para isso. Com certeza vai ser uma participação relevante desse ponto de vista, de podermos contribuir para o diálogo”, acrescenta.
Os escritores Rogério Pereira, Rafael Gallo, Paula Fábrio, Joca Terron, Rogério Barbosa, Cristino Wapichana, Aline Bei, Paty Wolf, Luciene Carvalho, Helena Corezomaé, Matt Ferraz e Marcelo Pereira Rodrigues, assim como a quadrinista Helô D'Angelo e a artista Ruth Albernaz, irão participar da mostra realizada até 11 de agosto no Recinto de Feiras Chuquiago Marka, na capital boliviana.
Programação
Em 2024, a feira tem como tema “Vozes e Memória da Natureza”. Os cartazes, criados pelo designer e ilustrador Oscar Zalles, apresentam uma onça, um macaco e uma arara, animais em risco de extinção e que vivem nos trópicos da Bolívia e do Brasil.
A diversidade do país estará presente em mostras, exposições, eventos acadêmicos, conferências e palestras.
A programação literária do Pavilhão do Brasil terá debates como “O Romance e Outras Linguagens” e “Ancestralidades e Ficção de Autoria Indígena”, além de oficinas, leituras e exibições de filmes.
“Em linha com a temática ambiental da feira, a programação brasileira será centrada no Pantanal, bioma compartilhado entre os dois países, e terá forte componente indígena. Nossa participação também ensejará a promoção de valores e interesses nacionais além da cultura, como nos setores de cooperação ambiental, esportivo, comercial e de investimentos”, afirma o embaixador do Brasil em La Paz, Luís Henrique Sobreira Lopes.
O presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi, destaca a relevância do evento para a diversidade cultural e a soberania popular. “A Bolívia e o Brasil: dois países que dispõem de um vasto patrimônio cultural: poetas e escritores de primeiras águas, uma literatura de muitas línguas e povos, em biomas que traduzem uma impressionante biodiversidade. E que buscam, ambos os países, o fortalecimento de laços diplomáticos e da democracia. A Biblioteca Nacional do Brasil orgulha-se de fazer parte da Feira do Livro de La Paz, como vinculada do MinC, sob a égide da cultura do plural e das liberdades”.
É a terceira feira literária latino-americana na qual o Brasil é homenageado neste ano – as anteriores foram Havana (Cuba), em fevereiro; e Bogotá (Colômbia), em abril.
“A participação do Brasil como país homenageado na Feira do Livro de La Paz representa oportunidade privilegiada para difusão da riqueza literária do país. A homenagem fortalecerá os laços culturais entre os dois povos, promovendo a compreensão mútua, o intercâmbio cultural e a cooperação bilateral entre os países”, ressalta o diretor do Instituto Guimarães Rosa (IGR), unidade do MRE responsável pela diplomacia cultural brasileira, embaixador Marco Antonio Nakata.
Organizada pela Câmara Departamental do Livro de La Paz (CDLLP), a FIL terá mais de 500 atividades, com dez seções especiais. Participarão 200 escritores bolivianos e 40 estrangeiros - além dos brasileiros, nomes da Argentina, França, Chile, Peru, Colômbia, México, Itália, Reino Unido, Suíça e Espanha.
Diálogo
Para o escritor Joca Reiners Terron, do livro “Noite Dentro da Noite”, a feira pode chamar a atenção para a literatura feita no Brasil. “Quando não há livros do escritor publicados no país que abriga o evento, é uma grande oportunidade de estabelecer diálogo e despertar um possível interesse relativo ao nosso trabalho e à nossa literatura como expressão artística”, comenta.
“Estamos vivendo um grande momento da literatura não só feita aqui no Brasil, mas em toda a América Latina, com destaque para os livros escritos por mulheres. É um momento interessante para o despertar da leitura e da escrita no nosso país, apesar de todas as dificuldades que enfrentamos, com feiras literárias, oficinas e clubes de leituras ganhando espaço em diversos estados brasileiros, além de serem oferecidos também em formato virtual”, analisa a autora de “O Peso do Pássaro Morto”, Aline Bei.
A presença brasileira no evento é resultado de ação conjunta entre o Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), Instituto Guimarães Rosa (IGR) e Embaixada do Brasil em La Paz.
Sobre a FIL
Criada em 1996, a Feira Internacional do Livro de La Paz é considerada um espaço literário e artístico de destaque internacional. Foi reconhecida como Patrimônio Cultural da cidade em 2003, por incentivar a leitura e a escrita, bem como a diversidade cultural no país.