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Edital Carolina Maria de Jesus premiará 40 escritoras de obras inéditas
Foto: Filipe Araújo/MinC
Em sua fala, o secretário de Formação, Livro e Literatura do MinC, Fabiano Piúba, colocou a iniciativa como mais do que uma ação literária: trata-se de uma política de equidade. “Estamos executando políticas públicas de cultura, de artes, de educação, mas também de cidadania, diversidade e acessibilidade cultural com ênfase nas políticas afirmativas. Este é um edital de fomento à literatura brasileira. Voltado para premiar textos inéditos de mulheres escritoras. Um prêmio para reconhecer os processos de escritas e o ofício das escritoras na arte com as palavras”, ressaltou.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, celebrou o lançamento do edital e relembrou como o ato de ler e escrever foram fundamentais na sua vida. “Eu lia Carolina e eu me reconhecia em muitas situações, nas resistências das favelas. O racismo que assola a gente fez com que Carolina não fosse reconhecida. Trago aqui a importância de termos um Governo que faz um edital como esse”, pontuou.
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, ressaltou a importância simbólica da premiação. “Convivemos em uma sociedade constituída pelo racismo e machismo, é preciso pensar a literatura como ferramenta para equidade. Uma premiação como essa vai ao encontro do compromisso assumido pelo governo do presidente Lula”, afirmou.
Inscrições
O edital foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 5 de abril. As inscrições, gratuitas, estarão abertas entre 12 de abril a 10 de junho de 2023, e deverão ser feitas exclusivamente por meio do sistema Mapas Culturais.
São elegíveis obras nas categorias conto, crônica, poesia, quadrinhos, romance e roteiro de teatro, redigidos em português do Brasil e inéditos. A candidata deverá inscrever apenas uma obra inédita em apenas uma categoria. Não poderá haver, em nenhuma parte do texto, a indicação da autora, o que será motivo de desclassificação.
Carolina Maria de Jesus
Além de impulsionar trabalhos literários produzidos por mulheres, o prêmio lançado pelo MinC homenageia uma escritora brasileira de renome internacional: Carolina Maria de Jesus. Nascida em 1914, escrevia sobre o seu dia a dia na favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo, até que, em 1958, conheceu o jornalista Audálio Dantas, que a auxiliou na publicação de seus diários.
Na solenidade de lançamento do edital, Carolina foi representada por sua filha, Vera Eunice, que relembrou a trajetória de resistência da mãe. “Ela sempre tinha um lápis, a roupa sempre tinha um bolso. Fomos criados, assim, com a minha mãe sempre escrevendo. Era uma mulher à frente do seu tempo”, relembra.
A educadora estimula a participação de mulheres negras no prêmio. “Quando a gente está escrevendo, a gente se atenta aos sentimentos, não às regras gramaticais. Coloquem os seus sentimentos”, conclamou Vera.
Para mais informações, consulte o edital.