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FOMENTO
MinC lança premiação de R$ 6 milhões para ações de valorização do Hip-Hop
Foto: Victor Vec/MinC
Criado nos Estados Unidos, o Hip-Hop completou 50 anos em 2023 – no Brasil está presente há quatro décadas. Para reconhecer e valorizar iniciativas culturais que promovam o movimento, o Ministério da Cultura (MinC) lançou nesta quinta-feira (26), em evento no Campus Universitário Darcy Ribeiro na UnB (Beijódromo), o Edital Prêmio Cultura Viva Construção Nacional do Hip-Hop 2023. O chamamento é uma parceria da Pasta, por meio de sua Diretoria de Promoção da Diversidade, com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Fundação Nacional de Artes (Funarte). O investimento é de R$ 6 milhões, que serão distribuídos entre 325 ações culturais.
Em seu discurso, a chefe da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a importância do edital neste “momento em que temos um Ministério da Cultura aberto ao diálogo e um querer de ver a cultura acontecer de outra forma. Com uma visão de descentralização do fomento cultural, de chegar em todos os lugares, como aqueles mais precisam”.
O secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares, destacou que um dos objetivos da Cultura é, justamente, a descentralização cultural. “Atingir aqueles territórios que são invisibilizados, fazer uma política cultural que sirva pra combater desigualdades históricas”, afirmou. “O MinC é um instrumento de transformação do país, de construção de um projeto de nação. Tentaram dizer para gente que o Brasil é um país de poucos. E há cinquenta anos o Hip-Hop diz exatamente o contrário. Que ou esse país é de todos ou ele não é uma nação”.
Cultura Viva
A iniciativa tem como objetivo implementar as ações da Política Nacional Cultura Viva (PNCV), com ênfase no reconhecimento dos agentes culturais que promovem a preservação, a difusão da diversidade cultural, bem como a valorização das expressões culturais do Hip-Hop no Brasil. Busca ainda ampliar a rede dessa política com a valorização e o incentivo aos agentes Cultura Viva e aos Pontos de Cultura em redes territoriais e temáticas.
Serão premiadas ações que proporcionem a criação, produção e/ou circulação de obras, atividades, produtos e ações. Entre eles: projetos de composição, arranjos, produção de beats, shows, vídeos, discos, arquivos audiovisuais, sítios de internet, revistas, batalhas, rodas culturais, cyphers, jams, espetáculos, slam, beatbox, pesquisas, mapeamentos, fotografias, seminários, ciclos de debates, palestras, workshops, oficinas e cursos livres, que possam contribuir com o desenvolvimento sociocultural do segmento.
O papel social e cultural do Hip-Hop foi ressaltado pela secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg. “É uma cultura que nasce das periferias, de enfrentamento do desemprego, da falência, das brigas gigantes, daqueles que são delegados a própria sorte. Marca seu tempo e afirma que somos pardas, pardos, pretas e pretos, denunciando injustiça, expressando dores, mas também descobrindo os valores de ser quem se é. É um movimento que desafia o poder das elites excludentes, reinventando as riquezas do ser e do ser coletivo”, disse. E completou: “Trata-se de uma criação coletiva, que hoje não se limita à favela, ganhou o mundo, está no mercado criativo, nas plataformas de nas marcas do mundo e da moda. E vai se compondo, tendo como protagonista uma juventude que não quer ser números da perversa estatística da violência”.
As 325 iniciativas culturais do Hip-Hop serão divididas em três categorias:
• Pessoas físicas: 200 prêmios, no valor individual bruto de R$ 15 mil;
• Grupos/Coletivos/Crews: 75 prêmios, no valor individual bruto de R$ 20mil;
• Instituições privadas sem fins lucrativos de natureza ou finalidade cultural do Hip-Hop: 50 prêmios, no valor individual bruto de R$ 30 mil.
Poderão participar pessoas físicas, grupos/coletivos/crews e instituições privadas em fins lucrativos, de natureza ou finalidade cultural.
Rapper e facilitador-geral da Construção Nacional Hip-Hop, Zuruka falou sobre a importância do movimento cultural no enfrentamento à violência nas comunidades. “Eu acompanhei quatro gerações, quase cinco. Na época a gente não tinha cultura, mas a violência estava presente. Há 40 anos praticamente morriam os adolescentes de 15, 16 anos. Hoje em dia são as crianças. A gente tem que acabar com isso. E só iremos pôr fim a isso por meio da cultura”, salientou.
Ao final da cerimônia foi assinado o envio do Projeto de Lei do Hip-Hop à Casa Civil. Posteriormente, o PL que institui a Semana e o Dia Nacional do Hip-Hop irá para o Congresso Nacional.
O evento teve o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, da Universidade de Brasília (UnB) e do Serviço Social da Indústria Distrito Federal (Sesi-DF).
Também estiveram presentes no lançamento a secretária-Executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio; o secretário de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, Cláudio Abrantes; os facilitadores-gerais da Construção Nacional Hip-Hop, Cláudia Maciel; e o rapper Rafa Rafuagi, a Bgirl, Fab Girl; a rapper, Cida Aripória; a representante do Ponto de Cultura Trocando Ideia e GT Hip-Hop na Comissão Nacional de Pontos de Cultura, Paula Stuczysnki da Silva, e o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus.
Do Sistema MinC participaram o secretário-Executivo adjunto do MinC, Cassius Rosa; a secretaria dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba; o assessor especial Carlos Paiva e o diretor do Cultura Viva, João Pontes.
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