Notícias
DECK DO CURIAÚ
Macapá ganha novo cartão postal e ponto de cultura
Foto: Filipe Araújo
O anúncio veio pelas águas do Rio Curiaú: Macapá tem um novo cartão postal. A cerimônia de inauguração do Deck do Curiaú, realizada no final da tarde da última quinta-feira (29), devolveu à comunidade algo que há muito era reivindicado pelos povos originários: um espaço de convivência, com potencial turístico e cultural.
Também pelas águas, representantes do Quilombo do Curiaú trouxeram seu canto e seus tambores. "Foi um momento realmente muito emocionante, pois este espaço representa toda a identidade do seu povo, ricos de história e ancestralidade. Que esse local seja cuidado, mantido bem preservado pela comunidade que o representa", disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
A atração, na zona norte da capital do Amapá, passou por um processo de revitalização com objetivo de valorizar o turismo e geração de emprego. Mais do que isso, valorizar as conquistas do povo negro, como destacou o governador Clécio Luís. “Esse lugar, bonito do jeito que está, vai alimentar muito mais as histórias, a autoestima e o destino do povo do Curiaú. É assim que vamos construir o Amapá que queremos. As obras são importantes, mas o que vai nos levar adiante é o nosso povo e a nossa história, e honrar essa história".
Ideia reforçada na fala do senador Randolfe Rodrigues. "É mais que um ponto turístico, aqui o povo negro marcou e forjou a sua identidade, de onde sai os nossos símbolos, os nossos cânticos ao som das caixas de marabaixo [manifestação folclórica afro-amapaense]. É um espaço de resistência da identidade cultural do nosso povo”, avaliou.
Emocionada, a presidente da Associação de Moradores da Comunidade do Curiaú, Maria Celestina, revelou que o sentimento da comunidade é de gratidão. "Estamos recebendo esse monumento para deleite de todos, não só para a comunidade, mas para todos que vem aqui em busca de um mirante, em busca de um horizonte ".
A presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, refletiu sobre a preservação de costumes como ferramenta para fortalecer história e ancestralidade. “O negro, no Brasil, ele teve e tem sua história marcada em duas vertentes: pela dor, porque não tem outro povo que sofreu o que o povo negro sofreu. E não há outro povo que tenha sofrido, neste país, como foi a população indígena. E são esses dois povos que preservam, que mantêm viva a história e a ancestralidade do povo desse país, em especial o povo desse estado”.
Lei Paulo Gustavo
O Estado do Amapá foi o primeiro a atingir 100% de envio de planos de ação para ter os recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG). Para o Estado e 16 cidades, são destinados R$ 29, 6 milhões.
“Isso, para nós, é um sinal muito positivo. A Lei Paulo Gustavo é uma conquista e é preciso chegar a todos os municípios. Até agora, apenas 30% em todo o país não enviaram, mas todas as capitais já apresentaram os planos”, declarou a ministra Margareth.