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PATRIMÔNIO EDIFICADO
Iphan recebe professores e pesquisadores de universidades brasileiras e chilenas no Palácio Gustavo Capanema (RJ)
Foto: Ana Carla Pereira/Iphan
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) promoveu, no dia 23 de fevereiro, uma visita guiada ao Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio de Janeiro (RJ). A visita contou com a participação de professores e pesquisadores de arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e das universidades chilenas Pontificia Universidad Católica de Chile e Universidad Mayor. O grupo foi acompanhado por técnicos da Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro.
As intervenções no Palácio Gustavo Capanema foram iniciadas em 2012 e executadas em três etapas. As ações iniciais contemplaram a modernização dos elevadores, restauração pétrea das fachadas e impermeabilização dos jardins suspensos de Burle Marx. A segunda etapa consistiu no restauro das esquadrias e das fachadas, na recomposição das pastilhas e na instalação do guarda corpo da cobertura, além da recuperação estrutural das lajes dos pilotis.
A terceira e última fase segue em curso e está prevista para ser concluída ainda em 2024, quando o edifício será reocupado pelas instituições vinculadas ao Ministério da Cultura, com atendimento ao público e espaços expositivos. Atualmente, estão sendo realizadas ações de restauração, conservação e modernização das instalações, contemplando intervenções na azulejaria de Cândido Portinari, no mobiliário original e no acabamento interno. Além disso, profissionais da construção civil e restauro estão realizando reforços nas lajes, implantação de sistemas de climatização, proteção contra incêndio e automação predial.
“A divulgação do trabalho de restauro, por meio de visitas técnicas de especialistas, é uma das ações desenvolvidas pela nossa equipe durante as obras no Palácio Gustavo Capanema. Esta é uma intervenção ímpar em um prédio de grande simbolismo no âmbito da produção arquitetônica moderna brasileira", analisa o superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Paulo Vidal.
Segundo Macarena Cortés, professora de arquitetura da Pontificia Universidad Católica de Chile e uma das visitantes, o trabalho de restaurar o mobiliário e mecanismos originais, ao mesmo tempo em que acontece a modernização de um patrimônio tão importante quanto o Capanema, é inspirador. “Ver de perto a restauração de um prédio considerado referência mundial, em termos de arquitetura, é uma experiência incalculável”, destaca Cortés.
O edifício
Construído entre 1937 e 1945, o Palácio Gustavo Capanema foi tombado pelo Iphan em 1948, por sua importância histórica e arquitetônica. O edifício foi projetado por Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, Jorge Machado Moreira, Carlos Leão e Ernany Vasconcelos, expoentes da arquitetura moderna brasileira. Os profissionais tiveram como referência os estudos feitos por Le Corbusier e utilizaram a estrutura concebida pelo engenheiro Emílio Baumgart para erguer o prédio, que seria a sede do antigo Ministério da Educação e Saúde durante a gestão do ministro Gustavo Capanema.
Além dos jardins projetados por Roberto Burle Marx, o edifício de 16 pavimentos também possui obras de arte representativas do modernismo brasileiro, como os painéis de azulejos, quadros e murais de Cândido Portinari, além de esculturas de Celso Antônio, Bruno Giorgi, Adriana Janacopulus e Jacques Lipchitz.