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ARQUEOLOGIA
Iphan divulga resultado preliminar do 12º Prêmio Luiz de Castro Faria
A lista de vencedores do 12º Prêmio Luiz de Castro Faria foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (12). Promovido pelo Centro Nacional de Arqueologia (CNA), unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o concurso reconhece pesquisas acadêmicas de excelência com temática relacionada ao Patrimônio Arqueológico brasileiro. Os vencedores serão premiados com valores entre R$ 6 mil e R$ 8 mil.
Conforme o item 10.2 do edital, os interessados em interpor recursos contra o resultado devem fazê-lo no prazo de até cinco dias úteis, a contar da publicação dos resultados no Diário Oficial da União, encaminhando e-mail para premio.cna@iphan.gov.br, dirigindo-o à direção do CNA e informando no título “RECURSO AO RESULTADO DO PRÊMIO LUIZ DE CASTRO FARIA 2024”, exatamente com esses termos e em caixa alta. O modelo para recurso está disponível no Anexo I do edital.
O Prêmio Luiz de Castro Faria é uma mais importantes premiações do campo da Arqueologia no Brasil e, neste ano, tem como tema “Arqueologia das Repressões e das Resistências”. O tema é voltado para a análise de vestígios materiais de contextos de opressão e luta por liberdade, buscando compreender suas dinâmicas sociais e políticas. No cenário brasileiro, são exemplos de pesquisas nessa temática os estudos voltados ao cangaço, às revoltas, aos quilombos e às lutas contra a ditadura militar.
Nesta edição, são premiados quatro artigos científicos: dois na Categoria I, que contempla ações de preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro, sendo considerados tanto sítios quanto coleções arqueológicas; e dois na Categoria II, que contempla artigos relacionados à temática da premiação, a Arqueologia das Repressões e Resistências. Concorreram 33 trabalhos, sendo 10 na Categoria I e 23 na Categoria II.
Vencedores
Categoria I - Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro
1º lugar: R$ 7.000,00 (sete mil reais)
Autor: Francisco Gerson Amorim de Meneses
Título: O uso da fotogrametria como um recurso acessível e de baixo custo para a modelagem em 3d das gravuras rupestres do Rio Pirangi - trecho ponte, norte do Piauí - Brasil
2º lugar: R$ 6.000,00 (seis mil reais)
Autor: Leonardo Waisman de Azevedo
Título: Arqueologia brasileira e ensino escolar: o que pensam professoras e professores da Educação básica?
Categoria II - Arqueologia das Repressões e das Resistências em contexto brasileiro
1º lugar: R$ 8.000,00 (oito mil reais)
Autor: Andrés Zarankin
Título: “Remoendo” O Passado Do Doi-Codi/Sp: Arqueologia E Histórias Desaparecidas
2º lugar: R$ 7.000,00 (sete mil reais)
Autora: Luciana Alves Costa
Título: No Corpo Um Vestido De Chita, Garrucha Enfeitada Com Um Laço De Fita? Cangaceiras E Armas À Luz Da Arqueologia
Sobre Luiz de Castro Faria
Na década de 1960, o museólogo e antropólogo Luiz de Castro Faria (1913-2004), acompanhado de Rodrigo Melo Franco de Andrade, foi um importante articulador das políticas públicas sobre o Patrimônio Arqueológico no Brasil.
Luiz de Castro teve influente atuação na promoção das pesquisas arqueológicas, desenvolvidas sobretudo juntamente com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição na qual foi pesquisador e diretor. Também foi membro do Conselho Consultivo do Sphan (atual Iphan).
Sua atuação também foi significativa para a preservação dos sambaquis, sítios arqueológicos comumente chamados “concheiros” ou “berbigueiros”, localizados ao longo da costa brasileira. O trabalho resultou no seu engajamento na implementação da Lei 3.924/61, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos no Brasil. O pesquisador foi um dos principais autores do anteprojeto da lei.