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CULTURA AFRO
Fundação Palmares recebe visita da UNB para dialogar sobre parcerias
Foto: Fundação Palmares
A coordenadora da Biblioteca Oliveira Silveira da Fundação Cultural Palmares, Marcela Costa, recebeu, quarta-feira última (17), a visita da professora Marijara Souza Quiroz, coordenadora do curso de Museologia da Universidade de Brasília (UnB).
O encontro abriu portas para colaborações, com vistas a fortalecer as iniciativas da Fundação, especialmente no que tange à integração entre a biblioteca e o curso de Museologia, ampliando as possibilidades de preservação e difusão da cultura afro-brasileira.
Durante a visita, a professora da UnB falou sobre a importância de identificar e tratar as coleções museológicas, que foram negligenciadas na gestão anterior e representam a arte, a cultura quilombola e a memória ancestral.
A docente alertou para o fato de que a perda de informações compromete o referenciamento geográfico dos quilombos, a identidade dos detentores de saberes e o significado dos objetos, fragmentos de uma memória cultural invisibilizada, contribuindo para o silenciamento de grupos sociais.
Por fim, ressaltou a importância da população negra e afrodescendente se apropriar do espaço multicultural da Fundação Palmares e de outros locais com temáticas similares, reforçando a formação afrocentrada e o reconhecimento identitário.
Marcela Costa, por sua vez, expressou o orgulho por liderar a gestão de setor tão significativo. "Estar à frente deste projeto é motivo de grande satisfação. Cada página, cada peça do acervo, é uma janela para a história e a resistência do povo africano e afro-brasileiro", comentou.
Com um acervo que inclui livros, folhetos, periódicos, cartazes e materiais museológicos, como arte quilombola, palharia, cerâmica, telas e conteúdo audiovisual, a biblioteca se consolida como um dos principais centros de pesquisa sobre a cultura afro-brasileira.
A iniciativa está em consonância com a missão da Palmares, por valorizar a conexão com o meio acadêmico para preservar e disseminar a memória cultural afro-brasileira, promovendo o reconhecimento da herança africana como combustível para uma sociedade justa e inclusiva.
Saiba mais
A biblioteca leva o nome do poeta e militante Oliveira Silveira, figura central no Movimento Negro brasileiro. Silveira foi o idealizador do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, ao lado do Grupo Palmares de Porto Alegre, nos anos 1970.
O legado de Oliveira Silveira é marcado por obras literárias que exaltam a cultura negra, a exemplo do poema Germinou (1962) e outros importantes títulos, como Banzo, Saudade Negra (1970), Décima do Negro Peão (1974) e Roteiro dos Tantãs (1981).
Está disponível aqui a listagem completa do acervo bibliográfico sobre cultura negra e a história da Diáspora Africana.
Para consultas presenciais, o atendimento ao público ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.