Na última quinta-feira (19), a superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amapá participou da cerimônia de entrega da primeira fase do projeto de restauro e reforma da Fortaleza de São José de Macapá, um dos mais emblemáticos monumentos históricos do Brasil. A intervenção emergencial está sendo financiada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), e corresponde a um investimento de R$ 27 milhões. A obra tem o acompanhamento da equipe técnica do Iphan, por se tratar de um bem tombado. 

Custando R$ 5.927,00, a primeira etapa do restauro focou na recuperação dos telhados e coberturas da fortaleza, uma medida essencial para evitar infiltrações e proteger a estrutura contra os efeitos do tempo e das intempéries. Além disso, foram realizadas intervenções prioritárias nas muralhas e paredes, visando interromper processos de degradação e preparar o terreno para futuras ações de revitalização. 

A execução dos trabalhos está a cargo da Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA Cultura & Patrimônio), que conduziu um detalhado levantamento técnico da estrutura, incluindo modelagem 3D, escaneamento gráfico e diagnóstico de conservação. A equipe também realizou melhorias nas instalações elétricas, hidrossanitárias e de drenagem, além de substituir telhas danificadas e reforçar as estruturas de madeira dos telhados, tratando-as contra cupins e umidade. 

Um marco histórico em restauração 

Construída entre 1764 e 1782 para proteger as fronteiras do então chamado "Cabo Norte", atual Amapá, a Fortaleza de São José de Macapá é a maior edificação militar erguida pelos portugueses na América do Sul. Junto a outras 18 fortificações do período colonial, ela integra um conjunto de estruturas que contam parte da história da formação territorial do Brasil e da ocupação europeia no continente. 

Tombada pelo Iphan, a fortaleza está na lista de candidatas a receber o título de Patrimônio da Humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), como parte do Conjunto de Fortificações do Brasil. As obras de restauro e revitalização não apenas garantem a preservação do monumento, mas também reforçam seu papel como testemunho vivo da história do Amapá e do Brasil, assegurando que suas narrativas sejam transmitidas às futuras gerações. 

Com a conclusão desta primeira etapa, o projeto avança para fases subsequentes, que prometem transformar a Fortaleza de São José de Macapá em um ícone ainda mais relevante do patrimônio cultural brasileiro.