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Em Salvador, painelistas do Brasil, Alemanha e Tailândia falam sobre ações para redução das emissões de carbono por instituições culturais
Foto: Victor Vec/MinC
As experiências de instituições culturais do Brasil e do exterior para a diminuição das emissões de carbono foram tratadas no painel Redução de Emissões: Criando um Setor Cultural Ambientalmente Responsável, nesta terça-feira (5). A mesa do Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima, atividade paralela à reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Cultura do G20, em Salvador, foi mediada pela diretora da RegeneraMuseu, organização que trabalha com desenvolvimento sustentável dessas práticas, Lucimara Letelier.
“A ideia de uma campanha por carbono zero é central na nossa discussão da redução da emissão de gases de efeito estufa em todas as nossas atividades para frear o aquecimento global. A diminuição não é a solução total, mas parte importante da solução. E, quando a gente começa a fazer isso, outras ações vêm a reboque”, salientou ela.
Ela ainda frisou: “Se você olhar o tamanho do setor cultural no país, o percentual de emissão de carbono é significativo, e a gente não pode reduzir essa questão achando que não é considerável”.
Diretor administrativo do Green Culture Anlaufstelle des Bundes (Ponto de Contato para Cultura Verde) - unidade de serviço do Ministério Federal da Cultura alemão para auxiliar as instituições culturais do país a acelerarem sua transição para a neutralidade de carbono -, Jacob Bilabel foi outro participante do painel. Ele falou sobre o trabalho de alinhar o segmento criativo com a meta do governo de seu país de reduzir em 65% as emissões de gases de efeito estufa até 2030.
“Se Alemanha precisa atingir esse percentual de 65%, isso envolve a cultura. Porque ela é parte da Alemanha. E a maioria da cultura no país é financiada por dinheiro público. E por isso você tem que ter responsabilidade. Então, nossa missão é salvaguardar a liberdade das artes por meio da sustentabilidade. Nós queremos mais cultura com menos impacto”, destacou.
Investidora no Brasil do maior festival de cultura negra do mundo, o Afropunk, Potyra Lavor falou sobre como o evento está trabalhando para a redução de emissões. “Como ações de mitigação, na parte da cenografia, a gente faz a doação dos materiais, das lonas e tecidos. Também incentivamos o uso de transporte público e temos uma praça de alimentação e bares zero plástico de uso único. Além disso, trabalhamos com eficiência energética, iluminação de LED, geradores HVO e microgeração de energia solar”, disse ela sobre o festival, cuja edição 2024 será no sábado (9) e domingo (10).
A experiência na Tailândia para a criação de políticas públicas e de legislação para a ação climática foi abordada por Susannah Tantemsapya, fundadora e diretora-executiva da Creative Migration, organização internacional de artes liderada por mulheres que promove a diplomacia cultural e climática.
“Nós somos mais fortes juntos, e o que estava faltando na Tailândia era a fundação de uma comunidade, as pessoas não tinham um modo de se conectar em torno da ação climática na indústria criativa. Estamos fornecendo uma grande necessidade, sobre começar uma fundação para que possamos nos juntar para soluções”, explicou.
E ressaltou a importância do Seminário na capital baiana para o diálogo com diferentes segmentos sobre o tema. “O maior problema com o setor de ação climática, não só dentro das indústrias criativas, mas em todo mundo, é a falta de comunicação. As pessoas não estão conectadas. Então, em eventos como esse, em que você faz isso de forma interseccional, é onde a mudança pode acontecer”.
O Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Governo da Bahia, da prefeitura de Salvador, do BYD, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e patrocínio do Youtube.
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