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ENCONTRO
Em Salvador, ministra participa da aula inaugural do projeto Pesquisa-Ação
Foto: Filipe Araújo/ MinC
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou, nesta quinta-feira (16), em Salvador, da aula inaugural do projeto Pesquisa-Ação: Agentes Culturais Democráticos. Na atividade, com o tema Cultura e Democracia, também estiveram presentes o reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Paulo Miguez; o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba; a secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins; e a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella.
“Com a interrupção das políticas culturais nos últimos anos, torna-se cada vez mais urgente a promoção e o incentivo de qualificação e capacitação para agentes culturais, bem como a troca e a partilha dos seus saberes e experiências no campo da gestão e do fazer cultural. A formação de agentes culturais democráticos é também uma dimensão estratégica para o desenvolvimento do nosso plano social, político, econômico, simbólico e humano, afirmou a chefe da Cultura no evento realizado no Teatro Martins Gonçalves - Escola de Teatro da UFBA, lembrando que a capacitação foi solicitada pela sociedade e pelo setor cultural durante a 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC), realizada em março.
O projeto faz parte das ações de fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e das políticas de formação cultural do MinC, por meio das secretarias de Formação, Livro e Leitura (Sefli) e dos Comitês de Cultura (SCC), com foco na formação de gestores e agentes culturais que atuam em políticas públicas e projetos da sociedade civil.
O evento foi realizado no modo presencial, para 13 pesquisadores e 24 auxiliares de pesquisa, além de convidados e autoridades, e de forma virtual, para os 720 agentes culturais de todos os estados, bem como do Distrito Federal, envolvidos no projeto no país.
O secretário de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba, destacou o papel da iniciativa. “Esse projeto é uma parceria estratégica do MinC com a UFBA para o desenvolvimento de uma política de formação perene voltada para a qualificação de agentes e gestores culturais, compreendendo a produção de conteúdo em torno das políticas culturais, passando por aspectos conceituais e teóricos que servirão para parâmetros básicos nas políticas de formação do MinC no âmbito do Sistema Nacional de Cultura”.
“A gente precisa falar a língua que as pessoas compreendem. Elas entendem que o Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pelos governos federal, estadual e municipal, assim como pelos agentes de saúde. Cada um tem suas atribuições. Portanto, as pessoas vão entender que o Sistema Nacional de Cultura também tem que ter os atores sociais que realizam ações nos territórios. O SNC não articula só a gestão pública governamental, mas o fazer da estruturação da política pública de cultura”, explicou a secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins. “Esse momento que a gente está vivendo nessa aula também se insere na perspectiva desta construção. A lógica de juntarmos pessoas para construirmos os planos de ação está ligada a um momento que a gente precisa fazer com que todo mundo esteja junto”, emendou.
A relevância do tema do encontro foi destacada pelo reitor da UFBA, Paulo Miguez. “A aula que dá início a esse projeto de formação nos encanta sob vários aspectos, mas especialmente por conectar duas questões-chave da vida brasileira. A nossa geração teve o privilégio de lutar pela democracia e vê-la triunfar. E, agora, na maturidade, temos que voltar a nos embrenharmos nas trincheiras da defesa da democracia. Os debates no campo da cultura são aquilo que precisamos aprender a fazer para defender a democracia”.
“Democracia e cultura compartilham valores comuns como liberdade, pluralidade, diversidade. Poder construir um outro mundo possível. Sem exclusão, barbáries, genocídios, injustiças, preconceitos e violências físicas e simbólicas. Elas podem nos permitir sonhar esse novo mundo”, comentou o coordenador do projeto, Albino Rubim, na atividade que contou ainda com a presença da coordenadora do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Cult), Sophia Rocha.
A aula inaugural contou ainda com intervenções artísticas do grupo de pesquisa teatral Lavrare – Laboratório de Voz: Rastros e Redes.
Módulos
As atividades do projeto terão 12 módulos que funcionam como eixos temáticos para os encontros de compartilhamento e troca de saberes entre os pesquisadores, auxiliares de pesquisa e agentes culturais participantes do Pesquisa-Ação. Entre maio e setembro, eles deverão participar de encontros formativos e dialógicos.
As reuniões serão realizadas de forma virtual e buscam estimular o diálogo a respeito de temas fundamentais para a atuação da ação cultural sintonizada com os desafios presentes na atual conjuntura político-cultural brasileira e mundial.
Os agentes culturais irão desenvolver Planos de Ação Cultural calcados em suas experiências culturais e nos diálogos estabelecidos no trabalho.
“Só existe política cultural, só existe cultura, o direito à cultura, se as ‘gentes’ da cultura estiverem fazendo cultura, produzindo consensos, produzindo ciências, sabedorias, consciências de que as políticas públicas da cultura só têm com as ‘gentes’ da cultura”, comentou a presidenta da Funarte, Maria Marighella.
A realização do projeto é do Ministério da Cultura (MinC) e Universidade Federal da Bahia (UFBA), por meio do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Cult), em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Agenda
Na sexta-feira (17), a ministra cumpre mais dois compromissos na capital baiana. Pela manhã, ela participa de reunião de trabalho com a equipe do projeto Pesquisa-Ação, na sede da própria UFBA. Na ocasião, será apresentado o estágio atual da iniciativa e promovido um diálogo sobre seu desenvolvimento.
À tarde, Margareth Menezes participa da cerimônia de abertura da primeira edição do Festival Nacional de Artesanato na Bahia (Fenaba). O evento será realizado de 17 a 19 de maio na Arena Fonte Nova.