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Em Igarassu (PE), Igreja mais antiga existente no Brasil é restaurada
Traçado urbano irregular e casarios centenários são apenas alguns dos atrativos de Igarassu, considerada por alguns estudiosos como o primeiro núcleo de povoamento do País. Créditos: Escritório Técnico do Iphan em Igarassu
Com origem no século XVI, em 1535, a Igreja de São Cosme e São Damião, em Igarassu (PE), é considerada a mais antiga existente no Brasil. Esse icônico testemunho da história do país acaba de passar por um amplo restauro que tanto preserva as características históricas do bem cultural quanto implementa melhorias que viabilizam o uso contemporâneo do conjunto. A intervenção também contemplou o sobrado da Casa Paroquial, ao lado do templo.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu 4,2 milhões de reais nas obras, executadas pelo Instituto para o Desenvolvimento Humano (IDH). Autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanhou de perto todo o processo do restauro. Também participaram dos trabalhos a Administração Paroquial dos Santos Cosme e Damião e a Prefeitura de Igarassu.
As intervenções contemplaram o restauro dos seguintes elementos: capelas e respectivos altares, elementos de cantaria, bens integrados de madeira e imagens sacras. Além disso, foram executadas pinturas em todo o conjunto, recuperação das coberturas e renovação das instalações elétricas. Na área externa também foram construídos banheiros, deck de madeira, passarela interligando a igreja à Casa Paroquial; bem como espaços museológicos e de cafeteria no pavimento superior do sobrado da Casa Paroquial, que agora passa a funcionar como espaço cultural.
A igreja é tombada pelo Iphan desde 1951, quando foi inscrita nos Livros de Tombo Histórico e de Belas Artes. O templo, que se destaca como a igreja matriz de Igarassu, tem seu nome em homenagem aos santos padroeiros da cidade.
A história de Igarassu
Traçado urbano irregular e casarios centenários são apenas alguns dos atrativos de Igarassu, considerada por alguns estudiosos como o primeiro núcleo de povoamento do País. Mais consensual é o título de segunda vila a ser criada no Brasil, após São Vicente, no atual estado de São Paulo.
A cidade foi fundada em 27 de setembro de 1535, após a vitória dos portugueses sobre os índios Caetés. Na ocasião, o Capitão Afonso Gonçalves mandou erigir no local uma capela consagrada aos Santos Cosme e Damião.
Começa a surgir no alto da colina um modelo de implantação que materializava o poder administrativo e religioso colonial português. O estabelecimento de uma praça e de um largo delimitado por igreja, câmara, cadeia e demais prédios de propriedades e funções proeminentes consistia na estrutura inicial de povoamento, que se repetiria em Olinda e em outras cidades brasileiras.
Há duas explicações para a origem do nome, ambas de tradição indígena. Segundo a primeira, teria como fonte os termos do tupi Igara e Assu, que significam, respectivamente, “canoa” e “grande”. Os historiadores acreditam que a designação teria vindo da exclamação de surpresa dos índios ao avistarem as imensas caravelas portuguesas.
A outra possibilidade é de que remeta a três palavras indígenas: Ig = água ou rio; Guara = ave aquática; e Açu = grande. Desta forma, Igarassu significaria Rio dos Grandes Pássaros, também em alusão às embarcações que despontavam na costa durante os primeiros anos da colonização.
A fim de preservar a memória igarassuense, em 2020 o Iphan investiu aproximadamente R$ 180 mil em obras de conservação e manutenção do Sobrado do Imperador. Construído entre os séculos XVII e XVIII, o bem consiste em um dos mais notáveis imóveis do Centro Histórico da cidade.
O nome Sobrado do Imperador remete à visita de Dom Pedro II, que esteve no prédio em cinco de dezembro de 1859, quando realizava uma viagem pela região Nordeste. Desde 2010 o prédio abriga o Escritório Técnico do Iphan em Igarassu, bem como a Casa do Patrimônio, espaço onde são promovidas diversas ações culturais e educativas.
Com Informações do Iphan
Ascom/Secult
Assessoria de Comunicação Iphan - Daniela Reis