Cultura e educação: balizadoras do desenvolvimento social

Educação somada à cultura reflete diretamente em indicadores sociais de uma nação. Tomando como base a defesa do presidente Lula por mais livros e menos armas, o secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura (Sefli - MinC), Fabiano Piúba, abriu o Painel 5 do Seminário Nacional de Cultura e Educação: “Cultura e Educação: evidências para o desenvolvimento integral”.

Fabiano recordou que o ex-ministro da Cultura, o músico Gilberto Gil, ao assumir o posto, tratou de encomendar um diagnóstico a respeito de setores culturais e os números eram muito frágeis. “Juca Ferreira, então secretário Executivo do Ministério da Cultura, esteve à frente de projetos para implementação de bibliotecas em todo Brasil. Em 2006, tínhamos 1.500 bibliotecas. Atualmente, mais de mil delas foram fechadas”, lamentou.

O presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao MinC, Alexandre Santini, evidenciou o trabalho na perspectiva de união e reconstrução. “Precisamos pensar em um modelo que amplie os indicadores culturais. Passamos a pensar qual nosso papel, discutindo isso internamente, buscando debatedores e incluindo a sociedade”. A Casa de Rui Barbosa é uma instituição governamental de pesquisa inaugurada em 1966.

Especialista da área de pesquisa e desenvolvimento do Itaú Social, Esmeralda Correa Macana designou o Seminário como “potente e importante”. Ao lado dela, Jader Rosa André de Souza Rosa, gerente do Observatório Itaú Cultural, fez um panorama das ações de saúde mental, artes cênicas, saberes ancestrais de povos originários e da população negra realizadas pela instituição.

O fosso que separa brancos de negros do acesso à cultura e à educação também foi evidenciado por ela. “Existe uma tendência de aumento dessa desigualdade. Ela persiste e se aprofunda no ensino fundamental. No nono ano, cinco a cada 10 brancos têm desempenho adequado. Essa proporção cai para três em cada 10, no caso dos negros”, alerta. Além disso, seis a cada 10 estudantes brancos têm trajetórias regulares. O número cai para quatro a cada 10 entre  alunos negros, e dois a cada 10 quando falamos de indígenas.

Após três dias, o Seminário Nacional de Cultura e Educação tem encerramento nesta sexta (16), com a presença da linguista e escritora brasileira, Maria da Conceição Evaristo de Brito.