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4ª CNC
Com ingressos esgotados, show de Diogo Nogueira levanta o público na segunda noite do Festival da Cultura
Foto: Gilberto Soares
O segundo dia da 4ª Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC) emocionou os participantes com uma sequência de apresentações artísticas simbólicas da cultura popular brasileira. O samba carioca de Diogo Nogueira animou o público em plena terça-feira (5). Os ingressos gratuitos esgotaram em poucas horas para ver o show que fez parte da programação do segundo dia do Festival da Cultura. A estudante Hana Luíza da Silva foi uma das pessoas que conseguiram entrada para assistir à apresentação e festejou o fato de Brasília estar na rota de grandes eventos. “Minha mãe sempre gostou muito desses eventos. Ela que me chamou e me incentivou a prestigiar. E é muito legal ver esses nomes da cultura brasileira aqui na cidade”.
Logo na abertura do show, Diogo Nogueira fez questão de pontuar a importância da cultura para a construção da identidade de um país. Após a apresentação, ele citou o legado do pai, João Nogueira, e se mostrou animado com o futuro. “Eu sei que só vai funcionar se tiver cultura, se tiver entendimento da democracia, entendimento que as pessoas precisam ter dignidade”, declarou.
Cultura e transformação
A cantora Larissa Luz e o músico Jonathan Ferr também se mostraram otimistas com o novo momento da cultura no Brasil. Após uma apresentação de jazz que embalou os participantes da 4ª CNC, eles celebraram a possibilidade de fazer parte do evento que consideram emblemático, e destacaram o poder que a cultura tem de transformar vidas.
“Para gente que está dentro da cultura, que trabalha com isso, que vivencia e que faz do nosso trabalho ferramenta de transformação das pessoas, é muito emocionante perceber que a gente está retomando. A gente está com planos para o futuro e está tudo funcionando novamente, a nossa estrutura que a gente sempre acreditou”, comemorou Larissa.
Com reconhecimento nacional e internacional, Jonathan Ferr apontou para a importância da representatividade. O pianista lembrou das várias negativas que enfrentou na carreira, o que torna ainda mais simbólico o fato de se apresentar para um público que pensa políticas para cultura no Brasil. “Eu, sendo um jovem negro, oriundo da periferia, estar ocupando esse lugar, tocando esse instrumento, é um ato de perseverança, de resiliência. É um ato de inspiração para a molecada que está chegando, que vai poder pensar que pode também ser pianista, ocupar outros lugares, viajar, tocar e fazer o que se quer fazer”.
Arte independente
A programação da 4ª CNC também contempla a diversidade de expressões artísticas, de todas as regiões do país. No segundo dia de debates, foi inaugurado o Som na Rural, um espaço aberto, livre para intervenções artísticas independentes. Cláudia Matos é delegada eleita pelo estado do Maranhão para representar o segmento das Artes Cênicas. Integrante da plateia que parou no intervalo do almoço para assistir às apresentações dos colegas, ela apontou a importância de um espaço que incentiva conexões artísticas entre os fazedores de cultura. “Esse é o Brasil, isso é a gente, né? A gente precisa se reencontrar, se reconectar com essa cultura, porque isso é a origem, não é?”.
No fim do dia, um cortejo da quadrilha Si Bobiá a Gente Pimba coloriu o chão do Centro de Convenções Ulysses Guimarães de papéis picados e fitas, representando os festejos juninos. O marcador da quadrilha, Claudeci Martins, lembrou os tempos difíceis enfrentados pelo setor anos atrás, e celebrou a retomada da participação popular na construção das políticas de cultura. “Ninguém soltou a mão de ninguém. A cultura segue viva, depois de anos tenebrosos. Estou muito emocionado por estar no meio do meu povo, do povo que faz cultura nesse país. É muita honra”, destacou.
Realização
A 4ª CNC é realizada pelo MinC e pelo Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), e correalizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI). Além disso, conta com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil).
O Festival da Cultura, que também integra a programação, é apresentado e patrocinado pelo Banco do Brasil, com realização do MinC e do CNPC, correalização da OEI e apoio da Flacso Brasil.