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PATRIMÔNIO CULTURAL
Círio de Nazaré, Modos de Fazer Queijo de Minas e Renda Irlandesa são revalidados pelo Iphan
Pelo menos a cada dez anos, o Iphan realiza uma nova avaliação dos bens inscritos como Patrimônio Cultural. Crédito: acervo Iphan
Três patrimônios culturais imateriais brasileiros foram revalidados nesta quinta-feira (11.11): Círio de Nossa Senhora de Nazaré (PA), Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas (MG) e o Modo de Fazer Renda Irlandesa, tendo a cidade de Divina Pastora (SE) como referência neste ofício. A decisão foi aprovada, por unanimidade, durante a 98ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que integra a estrutura do Ministério do Turismo.
Para o Secretário Especial da Cultura, Mario Frias, o trabalho do governo federal é preservar e devolver a cultura ao homem comum. “Neste governo, a nossa verdadeira cultura, a cultura do homem comum irá chegar ao Brasil profundo, saindo dos grandes salões da elite burocrata cultural e alcançando as escolas, praças, coretos e circos espalhados pelos rincões do Brasil e a preservação do nosso patrimônio cultural traz a luz, a cultura do homem comum, a cultura popular”, disse.
“O cuidado com o nosso Patrimônio Cultural é permanente e um compromisso do nosso governo. Com a conclusão destes processos de revalidação, reforçamos o reconhecimento da fundamental importância da contribuição destes bens para a memória, identidade e cultura do país”, destacou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.
Pelo menos a cada dez anos, o Iphan realiza uma nova avaliação dos bens inscritos como Patrimônio Cultural, fornecendo indicativos para que se decida sobre a permanência ou não do título concedido, conforme estabelecido pelo decreto nº 3.551/2000. Entre os objetivos da revalidação estão investigar a situação do bem cultural e levantar informações quanto a efetividade do estado de preservação.
Para a Revalidação do Título de Patrimônio Cultural, o Iphan elaborou pareceres com informações atualizadas dos bens, em parceria com comunidades detentoras, organizações diretamente envolvidas e pesquisadores. Os documentos fazem uma comparação entre o momento em que foram registrados e os anos posteriores, identificando transformações e continuidades, incluindo aspectos culturalmente relevantes.
CÍRIO DE NAZARÉ - O Círio de Nossa Senhora de Nazaré consiste em um conjunto de celebrações religiosas e eventos que ocorre em Belém (PA), durante o mês de outubro. O período é marcado pela efervescência religiosa, cultural e afetiva, quando são realizadas outras romarias, como a Trasladação e o Círio Fluvial, e ainda festejos como o espetáculo de rua Auto do Círio.
Foi inscrito no Livro das Celebrações, em 2004. E, em 2013, foi reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. A chamada quadra nazarena reúne devotos e turistas, tendo seu clímax no segundo domingo de outubro, quando é realizada a procissão do Círio. O período é marcado pela efervescência religiosa, cultural e afetiva, quando são realizadas outras romarias, como a Trasladação e o Círio Fluvial e outros festejos.
QUEIJO DE MINAS - O Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas presente nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre, em Minas Gerais, foi inscrito no Livro de Registro dos Saberes do Iphan em 2008. O bem imaterial constitui um conhecimento tradicional e um traço marcante da identidade cultural dessas regiões. A produção artesanal do queijo de leite cru representa uma alternativa bem-sucedida de conservação e aproveitamento da produção leiteira regional, em áreas cuja geografia limita o escoamento dessa produção.
Em cada uma das regiões, os detentores do conhecimento forjaram um modo de fazer próprio, expresso na forma de manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na prensagem, no tempo de maturação (cura), conferindo a cada queijo aparência e sabor específicos.
RENDA IRLANDESA - Já o Modo de Fazer Renda Irlandesa, tendo como referência este ofício em Divina Pastora, em Sergipe, é relacionado ao universo feminino e vinculado, originalmente, à aristocracia. Constitui-se de saberes tradicionais que foram ressignificados pelas rendeiras do interior sergipano a partir de fazeres seculares, que remontam à Europa do século XVII. A partir da metade do século 20, a confecção da renda surgia como uma alternativa de trabalho, além de ser uma referência cultural.
Trata-se de uma renda feita com agulha e com suporte em lacê – cordão brilhoso que fica preso a um desenho, deixando espaços vazios que serão preenchidos pelos pontos. Foi inscrito no Livro de Registro dos Saberes, em 2009.
Fonte: Iphan/ Ascom