Notícias
COOPERAÇÃO POLÍTICA
Campanha Mercosul Sem Racismo é aprovada durante reunião ministerial com oito países
Foto: Filipe Araújo/ MinC
Promover a igualdade de oportunidades para todas e todos e superar as desigualdades étnico raciais no Mercosul. Esse foi o mote do 55º Encontro de Ministros da Cultura do Mercosul, realizado na manhã desta quinta-feira (9), no Palácio do Governo do Pará. A reunião encerrou uma extensa agenda de atividades promovidas em Belém na última semana e reuniu, presencialmente, ministros e representantes da Argentina, Paraguai e Uruguai; além de Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, que participaram remotamente na condição de países associados.
A ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, que também é presidente Pro Tempore do Mercosul Cultural desde julho, conduziu os trabalhos. Ela detalhou o objetivo central das iniciativas desenvolvidas desde a retomada do MinC: “Para nós é importante que o Ministério da Cultura do Brasil seja do e para o povo”.
Mercosul Sem Racismo
A campanha Mercosul sem Racismo, com Diversidade e Inclusão cria estratégias comuns de combate ao preconceito nos países que compõem o bloco econômico. Com a aprovação da proposta que surgiu a partir de uma sugestão das autoridades peruanas, o Brasil quer iniciar um protocolo de cooperação em políticas de desenvolvimento social para as populações discriminadas e vulnerabilizadas dos países.
Desde ontem em Belém, o ministro argentino Tristán Bauer, elogiou a iniciativa. “É uma honra integrar essa iniciativa e juntos e irmanados vamos lutar contra o horror que é o racismo”.
Ideia complementada na fala da secretária de Cidadania e Diversidade Social do MinC, Márcia Rolemberg: “É essencial garantir os direitos das populações vítimas de racismo, respeitando a demanda, mas também o conhecimento dos mestres e das mestras da cultura”.
Adriana Molano, vice-ministra dos Patrimônios, das Memórias e de Governança Cultural da Colômbia, destacou o histórico escravagista de seu país, inversamente proporcional às contribuições das populações indígenas e originárias colombianas. “Reverter isso e não deixar que se repita é uma grande aposta do nosso governo, que é o primeiro governo progressista na história da Colômbia”.
Alejandro Guzmán, primeiro secretário da Embaixada do Chile no Brasil, felicitou a ação e integração entre os países, colocando o governo chileno à disposição para iniciativas futuras. E reforçou a necessidade de olhar com atenção ainda maior para as mulheres e crianças desse bloco. “A inclusão da perspectiva de gêneros é estrutural do ponto de vista do respeito social. Mulheres e crianças devem ser foco de nossas ações e políticas públicas voltadas à sua proteção”.
Bolívia, Chile, Equador, Peru e Uruguai também contribuíram para o diálogo, porém, de maneira remota. A ata da reunião foi firmada por todos os presentes .
Mercosul Cultural
Desde o começo da semana, quatro comissões de representantes dos países membros se reuniram para construir um conjunto de temas que abarquem os compromissos estabelecidos pelo grupo. Ao todo, 28 diretrizes foram estabelecidas. Os comitês tem como temática: Patrimônio Cultural, Economia Criativa, Diversidade Cultural e Comitê Coordenador Regional.
Pro Tempore
Ao final da reunião, a ministra Margareth Menezes transmitiu simbolicamente às mãos de Adriana Ortiz Semidei, Ministra da Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai, a presidência do MERCOSUL Cultural, durante o primeiro semestre de 2024.
Num discurso emocionado, Adriana comemorou a transferência da presidência Pro Tempore entre líderes mulheres e originárias de países com populações indígenas e tradicionais. “
Compuseram a mesa, ainda, o secretário-Executivo, Márcio Tavares, e o secretário de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba.