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Bienal de Música Brasileira Contemporânea – Funarte/UFRJ: encontro de veteranos e novos compositores
Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ) foto: Walda Marques - Programa Arte de Toda Gente
Presencial e com ingressos a preços populares e transmissão ao vivo, a Bienal deste ano tem 11 concertos, que reúnem obras de mais de 70 compositores.
A Fundação Nacional de Artes – Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) iniciaram, no dia 13 de novembro, sábado, a XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea, na Sala Cecília Meireles – Centro do Rio de Janeiro. No concerto de abertura, a Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ) apresentou cinco obras, sob a regência do maestro Guilherme Bernstein.
A Bienal prossegue até dia 21, domingo, com um concerto extra na quarta-feira, dia 24. Os ingressos têm preços populares. A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro apoia esta edição, por meio da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ) e da Sala Cecília Meireles.
Na abertura, a OSJRJ, do grupo Ação Social pela Música do Brasil, executou as peças: Três canções do Sul do Brasil, de Eduardo Frigatti; Concertino para oboé, de Guilherme Bernstein; Concertino para violão, de Ivan Paparguerius; e Instantes nº 6 “Esqerzo” para cordas, de Ernani Aguiar – todas essas em estreia – e Primavera para cordas (2007), de Raul do Valle.
João Guilherme Ripper, diretor da Sala Cecília Meireles, deu as boas-vindas, em nome da FUNARJ, ao lado do presidente da Funarte, Tamoio Athayde Marcondes; do diretor do Centro da Música da Fundação, Bernardo Guerra; e do diretor da Escola de Música da UFRJ, professor Ronal Silveira. Também estavam presentes o vice-diretor da Escola, o professor e maestro Marcelo Jardim, coordenador do Programa Arte de Toda Gente – por meio do qual ocorre a parceria entre a Universidade e a Funarte; o coordenador da XXIV Bienal, o maestro André Cardoso; e personalidades da música e representantes de instituições, entre elas a coordenadora do projeto Ação Social Pela Música e violoncelista, Fiorella Solares; além dos compositores Ronaldo Miranda; maestro Ricardo Tacuchian e maestro Ernani Aguiar; e do pianista Miguel Proença; entre outros.
Em tempo real, novos talentos se reúnem a veteranos
Pela primeira vez os concertos têm transmissão ao vivo, possibilitando que um maior número de pessoas assistam em tempo real às 11 apresentações das obras de 75 compositores, entre selecionados, convidados e um homenageado, Um dos espectadores nas redes é o compositor convidado Edino Krieger, criador da Bienal, que preferiu assistir on-line ao evento. O maestro instituiu o programa quando foi diretor do Instituto Nacional de Música da Funarte, que antecedeu o Centro da Música da casa – atual responsável pela iniciativa.
Na fala de abertura da programação, o presidente da Funarte Tamoio Marcondes comentou sobre a retomada dos concertos na Sala Cecília Meireles e dos espetáculos musicais na cidade. “A XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea reforça uma política pública realizada desde 1975, de modo ininterrupto. Esse é um grande exemplo de como o Brasil precisa fazer política de Estado, independentemente dos governos. Pois é ela que se perpetua no tempo e traz um grande legado para toda a sociedade”. O dirigente enfatizou a importância da parceria Funarte/UFRJ e deu destaque à colaboração do quadro de servidores dessas instituições, na concretização da Bienal e de outros programas. “Sem o apoio da UFRJ seria impossível alcançar todo o Brasil. Fica aqui meu agradecimento”, afirmou. Marcondes também homenageou o pianista Nelson Freire, dizendo, emocionado, que não pediria um minuto de silêncio à sua memória, mas sim uma salva de palmas, porque “esse é o ato que consagra todo artista”. O presidente encerrou a fala com arte: recitou o poema Recado aos amigos distantes, da escritora cujo nome é também o da sala: Cecília Meireles*.
O Dr. Ronal Silveira, diretor da Escola de Música da UFRJ, observou que toda Bienal de Música da Funarte acaba sendo uma celebração. “Especialmente agora, depois de um período de tanto afastamento, com os palcos fechados por causa da pandemia. Poder voltar a um espaço tão especial como este, é algo muito valioso. Isso coincidir com a Bienal, que, sem descontinuidade, chega à sua 24ª edição, é um momento de grande comemoração. Todos os esforços para que ela pudesse ser realizada foram feitos a partir da parceria, muito exitosa, da Funarte com a Escola de Música – em especial, com a atuação dos professores Marcelo Jardim e André Cardoso. Teremos uma Bienal, com certeza, muito rica em variedade, na qual compositores novos e consagrados terão suas obras apresentadas por excepcionais músicos do cenário nacional”.
O maestro André Cardoso é o coordenador artístico desta 24a edição e diretor do Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos) desenvolvido pela Funarte e pela Universidade, através do qual realiza-se a Bienal, integrante do Arte de Toda Gente. O maestro disse que a participação da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro “traz para o mundo da música contemporânea – que é muito ligado ao meio acadêmico –, a vida real que acontece nas orquestras jovens, nos projetos sociais, por todo o país”. A diretora fundadora da Orquestra, Fiorella Solares, comentou: “É extraordinário que a Bienal tenha convidado músicos jovens e de periferia, porque atualmente a música clássica feita pela juventude é realizada pelos jovens de comunidades, que estão abaixo da linha da pobreza. Eu gostaria que se atentasse à enorme visibilidade que a Bienal está dando a esses jovens cariocas”.
João Guilherme Ripper, diretor da Sala Cecília Meireles, comentou sobre a renovação dos intérpretes interessados em música brasileira contemporânea. “Quando se escreve obras didáticas para jovens não se precisa abandonar a questão artística”, e citou como exemplo a peça Concertino para oboé, do maestro Guilherme Bernstein. “É uma obra linda, apesar de ter sido escrita dentro de critérios pedagógicos que permitem que determinado nível técnico possa alcançar”, afirmou.
O vice-diretor da Escola de Música da UFRJ e coordenador do Arte de Toda Gente Marcelo Jardim afirmou: “São 46 anos de continuidade das bienais, um dos mais importantes programas públicos da cultura brasileira. Estou muito feliz pois, nesta ocasião podemos comemorar a parceria Arte de Toda Gente, que inclui vários projetos e une o que é forte na UFRJ e na Funarte: na primeira, formação, qualificação e pesquisa; na segunda, políticas para as artes – especialidade da Fundação”, observou. “Trazer a Bienal para essa iniciativa é coroar uma cooperação continuada entre as duas instituições, conexão direta e produtiva entre elas. Também é uma grande alegria ver que estamos transmitindo em tempo real, para todo o Brasil e para o mundo, a arte contemporânea, no caso, a música, feita e tocada por brasileiros; e mais acessível ao público, por meio das novas tecnologias – em formatos presencial e on-line, de modo híbrido. Isso gera a forte sensação de que, nesse projeto, a arte está sendo democratizada, de fato!”, concluiu Jardim.
Acesse os vídeos e transmissões ao vivo da Bienal, de outras ações do Sinos e dos demais projetos Arte de Toda Gente, no canal: https://youtube.com/artedetodagente
Acesse o site da Bienal, com a programação completa: https://bienalmbc2021.artedetodagente.com.br
Fonte: Ascom/Secult