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A Cor da Cultura: assinado protocolo de compromisso de educação antirracista
Foto: Paulo Barros/Fundação Roberto Marinho
“Palmares é o coração do novo governo. Palmares é o coração do povo brasileiro. Nossa gente indígena, nossa gente quilombola e africana ainda resiste por causa do coração. O coração do Brasil na educação é a Fundação Cultural Palmares”, afirmou sob aplausos o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge, durante participação no Fórum A Cor da Cultura - evento promovido pela Fundação Roberto Marinho, com apoio da entidade.
No centro das discussões do Fórum, realizado nesta sexta-feira (30), no Rio de Janeiro, duas leis: a 10.639/03 e a 11.645/08. A primeira, torna obrigatória a aprendizagem sobre História e Cultura Afro-Brasileira em estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio. Já a segunda, determina o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena em estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, públicos e privados.
“Não há consciência sem educação”, frisou João Jorge ao avaliar a correlação entre os setores.
Escritor, professor e ativista indígena, Daniel Munduruku pontuou que os indígenas não precisam de leis para serem o que são. Reconhece, entretanto, que a normatização jurídica melhora o diálogo com o Brasil, na medida de revelar verdades. “Muitos se acham pouco indígenas, mas são um poucão”.
Aliança
Representante do Ministério da Educação (MEC), a secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI), Zara Figueiredo sustentou que as leis são projetos de estado inseridas em contexto necessário de mudança estrutural. “Quem oferta educação básica a 38 milhões de matrículas são estados e municípios, mas quem precisa coordenar é o MEC”.
Durante o Fórum, a FCP, Fundação Roberto Marinho e MEC assinaram protocolo de intenções em busca de promoção da educação antirracista. “Aliança não é anel no dedo de casamento de “a” ou “b”. Aliança é andar juntos. Mais do que isso, é construir as ferramentas juntos. O Ministério da Cultura é de união e reconstrução e busca levar recursos. Tanto a ministra Margareth Menezes quanto o presidente da Fundação Cultural Palmares têm papel educador para uma nova atitude (em busca de educação antirracista)”, comprometeu-se João Jorge.