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REPRESENTATIVIDADE
4ª Conferência Nacional de Cultura abre espaço para diálogo com povos ciganos
Foto: Gilberto Soares
Mais visibilidade às tradições ciganas e a criação de políticas públicas culturais especificas para esses povos. Essas foram as principais demandas apresentadas, nesta sexta-feira (8), pelos representantes ciganos presentes na 4ª Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC). A reunião com os diretores do Ministério da Cultura (MinC) Júnior Afro, do Sistema Nacional de Cultura (SNC), e Tião Soares, de Promoção das Culturas Populares, reuniu pessoas de todos os estados do país.
“Trouxemos as demandas e os encaminhamentos das nossas comunidades, um povo com uma cultura muito rica e que anda esquecido, mas a gente confia muito nesse governo e num futuro melhor”, afirmou Sidney Cigano, que veio do município de Sousa, na Paraíba. Indicados por seus estados e municípios, os delegados ciganos estiveram presentes nos debates da Conferência relacionados às pautas de seu interesse, especialmente nos eixos de diversidade e participação social. “Em cada Grupo de Trabalho, e em cada eixo, a gente foi muito bem acolhido pelos irmãos das outras etnias e as propostas foram muito boas”, completou.
Além dos temas tratados na 4ª CNC, as lideranças dos povos ciganos, segundo Júnior Afro, desejavam conversar sobre projetos específicos e a realidade de seus territórios. E reforçou que o Ministério da Cultura tem um olhar especial para as culturas tradicionais. “A conferência dá um pontapé para uma relação mais forte com determinados setores que são muitas vezes invisibilizados. Então, a gente precisa reparar esse dano causado pelo racismo, que coloca povos e comunidades em situação de esquecimento. No Ministério da Cultura, temos esse entendimento que é necessário dar passos largos no acompanhamento, no cuidado, no fortalecimento das culturas populares e tradicionais”, concluiu Júnior Afro.
Na reunião, Tião Soares fez um relato das políticas que já são desenvolvidas pela Secretaria da Cidadania e Diversidade do MinC, com foco nos povos tradicionais, como ciganos, indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Reforçou também a importância do trabalho em conjunto com os Ministérios da Justiça, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, na construção de um Plano Nacional para as Culturas Populares e Tradicionais.“A Conferência é um espaço de escuta a todas essas comunidades e trouxe à tona subsídios para os gestores tratarem as políticas com mais atenção e conhecimento de suas necessidades. A partir dessas reflexões, a gente vai se debruçar na construção do Plano Nacional de Cultura e, assim, engendrar uma política mais adequada, mais harmônica”, destacou Soares.
Ações afirmativas
Uma das ações da SCDC foi a definição de categorias temáticas e segmentos específicos no Edital Sérgio Mamberti, que premiou 1.117 iniciativas culturais em todas as Unidades da Federação, incluindo Culturas Indígenas; Culturas Populares e Tradicionais; Diversidade (saúde mental, pessoas com deficiência, pessoas idosas, LGBTQIAPN+). O valor investido totalizou R$ 33 milhões.
No Edital de Pontões, foram selecionados 27 estaduais e um do DF e 15 Pontões Temáticos, entre eles: Culturas Indígenas e Mãe Terra; Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana; Culturas Populares e Tradicionais; Gênero, Diversidade e Direitos Humanos; Acessibilidade Cultural e Equidade; Cultura Infância; Territórios Rurais e Cultura Alimentar.
Realização
A 4ª CNC é realizada pelo MinC e pelo Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), e correalizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI). Além disso, conta com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil).
O Festival da Cultura, que também integra a programação, é apresentado e patrocinado pelo Banco do Brasil, com realização do MinC e do CNPC, correalização da OEI e apoio da Flacso Brasil.