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“A arte constrói narrativas que podem estimular as pessoas a se engajarem e se interessarem com o clima”, diz Andréia Coutinho
Foto: Maiara Cerqueira
Dialogando sobre como as mudanças climáticas ressaltam as desigualdades sociais, o painel Tecendo a justiça climática nas artes e na cultura reuniu, nesta terça-feira (5), Andrea Coutinho Louback (Brasil), Dra. Nikoosh Carlo (USA) e Thimali Kodikara (Reino Unido), com a mediação da secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Márcia Rollemberg. O encontro faz parte da programação do Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima, realizado em Salvador (BA), paralelamente à reunião do GT de Cultura do G20.
Conforme a diretora-executiva do Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), Andréia Coutinho, o conceito de justiça climática é relativamente novo e está intrinsecamente ligado à reparação histórica. “Como encontramos a arte em um contexto de mudança climática? As mudanças climáticas estão entrelaçadas com crises culturais. A arte constrói narrativas que podem estimular as pessoas a se engajarem e se interessarem com a causa. No Brasil falta reparação, política pública e a cultura permeia todo o caminho de ausências e presenças de quem precisa de justiça climática”, analisou.
“Sabemos que o racismo é um sistema de opressão em toda a sua dimensão política e social. Portanto, discutir justiça climática é, antes de tudo, enfrentar o racismo ambiental”, disse a líder da instituição, que vem ampliando o debate público sobre justiça climática e equidade racial aos níveis local, regional e nacional. O CBJC trabalha com dados, pesquisa, comunicação e articulação política voltada para o meio ambiente e direitos humanos.
Devastação em regiões como Amazônia e Alaska foram explicados pela doutora em neurociência, Nikoosh Carlo: “O Ártico e o Brasil são locais que estão sofrendo mudanças climáticas muito rápido. Isso provoca efeito cascata que reverberam em outros lugares. Por isso estamos todos conectados e todos temos que nos mobilizar”. Segundo ela, respeitar as comunidades locais, os costumes e culturais de territórios é o caminho para a mudança de cenário. “Não se trata só de sobrevivência física, aspectos espirituais, entendimentos sociais, como essas coisas podem influenciar políticas de justiça social”, completou.
“Thimali Kodikara, produtora da série e co-apresentadora do podcast inovador Mothers Of Invention sobre soluções feministas para a crise climática, classificou o Seminário como a COP da Cultura. Ela fez um relato de como não compreendia como arte e cultura se relacionavam com mudanças climáticas e como seu entendimento mudou. “Eu não via o clima como algo relacionado comigo em 2018. Naquela época eu achava que era assunto de pessoas brancas. Depois fui impactada que o clima é resultado do nossa forma de existir no planeta e todas as interseções. Ver tanta gente mobilizada em torno do assunto me deixa emocionada. Essa é a COP Cultural”, celebrou. “Diálogo, amizade e comunicação são as chaves para mudanças essenciais na nossa sociedade”, recomendou.
O Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Governo da Bahia, da prefeitura de Salvador, do BYD, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e patrocínio do Youtube.
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