Compromisso com a cultura e a sustentabilidade
Debates abrangeram a preservação e proteção do patrimônio cultural, ressaltando a importância de iniciativas que garantam a continuidade e salvaguarda desses bens em um cenário de mudanças climáticas
Nos dias 28 e 29 de maio de 2024, foi realizada em Brasília (DF), na sede do Serpro, a 1ª reunião presencial do Grupo de Trabalho da Cultura do G20. Nesta etapa, foram destacados temas cruciais para o futuro da cultura global. Com o lema Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável, o Brasil, pela primeira vez na presidência do G20, promoveu discussões profundas sobre o impacto da cultura no desenvolvimento sustentável e inclusivo.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a urgência de abordar os desafios trazidos pelas mudanças climáticas para o setor cultural. "É urgente debatermos e encontrarmos soluções para os desafios que a mudança do clima tem trazido para o campo cultural", afirmou a ministra, reforçando a necessidade de ações conjuntas e imediatas para preservar o patrimônio cultural diante das transformações ambientais.
Os debates abrangeram a preservação e proteção do patrimônio cultural, ressaltando a importância de iniciativas que garantam a continuidade e salvaguarda desses bens em um cenário de mudanças climáticas.
Além disso, o impacto da inteligência artificial na produção cultural e a regulação das plataformas de streaming foram temas centrais nas discussões. O Grupo de Trabalho do G20 explorou como a tecnologia pode tanto beneficiar quanto desafiar o setor cultural, exigindo uma regulamentação equilibrada que proteja os direitos autorais e promova a diversidade cultural.
A economia criativa e seu papel no mundo do trabalho também foram debatidos, com destaque para a importância de fomentar um ambiente que apoie os trabalhadores do setor cultural e promova o desenvolvimento sustentável.
Este encontro em Brasília marca o quarto ano de reuniões de Cultura no G20, um ciclo iniciado pela Itália em 2021, seguido pela Indonésia e pela Índia. A presidência brasileira do G20, que começou em 1º de dezembro de 2023 e vai até 30 de novembro de 2024, reforça o compromisso do país em promover a cultura como um vetor de desenvolvimento sustentável e inclusão social.
As discussões e resoluções da etapa Brasília são um passo significativo para garantir que a cultura continue sendo uma força transformadora na construção de um mundo mais justo e um planeta sustentável, alinhando-se ao lema do mandato brasileiro no G20 .
Participaram representantes de 21 delegações dos membros do G20, seis representantes de países convidados e cinco organizações internacionais.
Programação paralela discutiu Patrimônio Cultural e Ações Climáticas
Também durante o evento, estudantes do Centro de Ensino Fundamental 3, de Sobradinho (DF), realizam entrevista coletivas com a ministra Margareth Menezes e Leandro Grass, presidente do Iphan
No dia 27 de maio de 2024, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) realizaram o evento paralelo à agenda do G20 no Brasil, o Seminário Internacional Patrimônio Cultural e Ações Climáticas.
O debate entre autoridades e especialistas internacionais, gestores públicos e detentores de bens culturais brasileiros discutiu temas como cooperação internacional, gestão de riscos e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, fontes de energias renováveis, detentores de saberes tradicionais e patrimônio cultural.
A ministra Margareth Menezes reforçou em seu discurso sobre a importância de lutar por um futuro melhor, enfatizando a diversidade cultural como uma das maiores riquezas do Brasil. “Nosso patrimônio é nossa maior riqueza, é fruto da nossa diversidade. Todos os países aqui presentes estão dispostos a lutar por um futuro melhor”, disse.
Leandro Grass, presidente do Iphan, destacou a importância do G20, bem como das políticas públicas para enfrentar as mudanças climáticas e preservar o patrimônio cultural das nações. “O G20, sem dúvida, será uma oportunidade de aprofundamento técnico, de produção de conhecimento e, ainda, de cooperação e de compartilhamento de boas práticas. O Brasil tem muito a oferecer nesta discussão. As mudanças climáticas precisam ser devidamente tratadas como políticas públicas e ações concretas em prol da vida e da sustentabilidade."
Também durante o evento paralelo, estudantes do Centro de Ensino Fundamental 3, de Sobradinho (DF), tiveram a oportunidade de atuar como repórteres por um dia. Essa experiência faz parte do projeto Kids 20, que cobre eventos relacionados ao G20 sob a perspectiva de alunos de escolas públicas de Brasília, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Outras informações e a programação completa do Seminário podem ser encontradas aqui.