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Mutismo Seletivo: Equipe de robótica do CTI realiza experimento no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP
O CTI Renato Archer, em conjunto com Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP-São Carlos, realizou um experimento de uso do robô humanoide NAO em interação direta com crianças que apresentam mutismo seletivo, transtorno caracterizado pela incapacidade de gerar expressão oral-verbal em ambientes sociais, com pessoas fora do seu convívio familiar, apesar da compreensão e expressão normal da fala em ambientes domésticos.
O experimento está inserido no contexto do Programa de Transtorno de Ansiedade na Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IPQ HC-FMUSP), do qual o CTI é parceiro. O objetivo do programa envolve utilizar interações lúdicas com a criança, onde um robô teleoperado por uma psicóloga conversa com a criança que apresenta quadro de mutismo seletivo.
Segundo o pesquisador do CTI, Helio Azevedo, a hipótese principal desta pesquisa está associada em investigar se um humanoide teleoperado, com voz infantil e alguns movimentos, pode se revestir como um processo mediador nas fases de avaliação ou terapia psicológica de crianças com transtorno de mutismo seletivo.
Azevedo conta que os experimentos iniciais, realizados com três crianças, demonstraram um grande potencial da abordagem em romper as barreiras impostas pelo mutismo seletivo. Novos experimentos estão agendados com o objetivo de amadurecer a ferramenta e as abordagens de psicoterapeutas.
Interação Humano-Robô
O CTI Renato Archer possui uma equipe multidisciplinar de pesquisadores que desenvolvem pesquisas sobre robôs socialmente interativos, principalmente no que diz respeito ao aperfeiçoamento da integração da percepção dos robôs para expressões faciais e corporais dos humanos. Entre os projetos desenvolvidos está o estudo “Robô Socialmente Interativo em Ambientes Não-Estruturados”, também conhecido como Projeto ROSANA, que visa contribuir nas áreas de detecção de emoções complexas e navegação socialmente aceitável, sobretudo em espaços públicos.
Camila Luisi Rodrigues, Neuropsicóloga do IPQ HC-FMUSP, operando a interface com robô NAO