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CTI lança metodologia para cidades se tornarem inteligentes
As Prefeituras brasileiras contam agora com os subsídios necessários para desenvolverem cidades inteligentes. Como referência às Administrações Municipais que buscam um plano estratégico para viabilizar essa transformação, o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer - CTI, de Campinas, lançou o livro digital "Cidades Inteligentes e Sustentáveis: uma metodologia para avaliação e diagnóstico de nível de maturidade de cidades". A publicação digital gratuita desenvolvida pelo CTI oferece métodos para que os municípios possam verificar seu nível de desenvolvimento no contexto das cidades e, assim, otimizar as ações para a transformação das condições de vida na localidade.
O tema de “Cidades e Comunidades Sustentáveis” é um dos 17 grandes objetivos da agenda de desenvolvimento sustentável definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030. Cidades sustentáveis e inteligentes podem ser instrumentos de grande importância para alcançar vários objetivos estabelecidos pela ONU nas áreas de saúde, educação, saneamento, preservação dos recursos e inclusão. Dentre os objetivos de sustentabilidade, há, por exemplo, o apoio à redução das emissões de carbono, melhoria da eficiência energética, reuso de água, coleta seletiva e tratamento adequado de lixo.
Os projetos envolvem normalmente a adoção de tecnologias, incluindo instalações de sensores e câmaras por toda a cidade, sem causar danos ambientais. Os pesquisadores do CTI identificaram que a maioria das cidades brasileiras — por conta da sua diversidade — não consegue se encaixar nos modelos de maturidade já existentes nos países mais ricos. Foi identificado que esses modelos de maturidade consideram as cidades a partir de seu plano estratégico de cidades inteligentes. Porém, os pesquisadores perceberam que a grande maioria das cidades brasileiras não possui esse plano e nem tem conhecimento de como elaborá-lo. Ou seja, os modelos de maturidade utilizados no mundo não são adequados às cidades brasileiras e também não auxiliam os municípios nacionais a encontrar um caminho que modifique a situação.
Publicação
Com a intenção de se tornar referência para os municípios brasileiros na elaboração de planos estratégicos para cidades inteligentes, a publicação do CTI foi organizada pelas pesquisadoras Cleide de Marco Pereira, Cátia Muniz e Angela Alves. O trabalho apresenta uma síntese dos principais resultados alcançados pelo Sistema de Avaliação de Cidades Inteligentes Sustentáveis - Sisacis, projeto nacional que propõe um modelo de maturidade para esses municípios.
O livro digital conta com dez capítulos e reúne publicações derivadas do projeto iniciado em 2019 pelo CTI Renato Archer, em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento Regional e com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Os capítulos são assinados por pesquisadores especialistas na área, tais como, Márcia Regina Martins Martinez, Erico Przeybilovicz, Clarissa Fernanda Correia Lima Loureiro, dentre outros.
Ângela explicou que esse modelo de maturidade é considerado inovador por ter utilizado uma metodologia que privilegia a diversidade e o contexto dos municípios brasileiros e destaca que as tecnologias da informação e comunicação são ferramentas importantes, que podem auxiliar os gestores a promover a melhoria nas condições de vida da população local. "O modelo desenvolveu também a ampliação do modelo de referência estudado. Além disso, o modelo construiu uma dimensão da avaliação que considera as capacidades institucionais da gestão pública municipal como fundamentais para que uma cidade se torne inteligente", explicou a pesquisadora Cleide.
Além disso, a pesquisadora Cátia destacou que o livro vai ajudar a maioria dos municípios brasileiros, que ainda não tem plano estratégico de cidades inteligentes, exigido no primeiro nível dos modelos levantados no estudo. "A exigência de um plano estratégico exclui boa parte dos municípios brasileiros da avaliação, mesmo as cidades que possuem interesse de se tornarem inteligentes. Por isso, optamos pela urgência em criar um modelo de maturidade brasileiro e disponibilizar, por meio do livro, essas informações para todos os interessados", esclareceu.
A publicação está disponível digitalmente e de forma gratuita no site do CTI em: https://bit.ly/36iD5Mp.
Proposta da ONU
Dentro desse tema de cidades e comunidades sustentáveis, a ONU destaca que alguns fatores sociais e ações de gestão são essenciais para a qualidade de vida e devem ser parte da sociedade para que haja uma cidadania plena. Segundo o órgão, comunidades inteligentes e sustentáveis devem, em um futuro próximo, buscar ações e tecnologias para garantir principalmente: a prática de uma governança participativa, a garantia de mobilidade urbana, um acesso fácil à educação para todos, um sistema de saúde de bom nível e custo acessível; dentre outros fatores.
O órgão mundial vislumbra, ainda, a possibilidade de vida independente para todos e, em particular, para os idosos e para os portadores de necessidades especiais. Outros aspectos integram o modelo de cidade sustentável e inteligente, como a facilidade na execução das tarefas diárias e civis, a segurança individual e da comunidade, o aperfeiçoamento de mecanismos de economia colaborativa, e a prudência e eficácia no uso dos recursos da natureza.
HIDS em Campinas
Com uma área de 11,3 milhões de metros quadrados, o Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) está sendo preparado para ser o primeiro distrito inteligente de Campinas. A visão do HIDS é o desenvolvimento sustentável, com alguns direcionadores: estabelecer uma cultura de desenvolvimento sustentável, ser um distrito referência em desenvolvimento sustentável, ter um impacto mensurável para a sociedade.
Trata-se de um projeto complexo e ousado, de longo prazo (10 a 20 anos) e com potencial para transformar a Região Metropolitana de Campinas (RMC) e fortalecer a imagem do Brasil como local de desenvolvimento de conhecimento e tecnologias sustentáveis. Essa visão está em consonância com os compromissos e projetos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que buscam se orientar pela sustentabilidade, incluindo seu Plano Diretor Integrado e o projeto Campus Sustentável - Unicamp.
A área do HIDS abrange o campus da Unicamp, em Barão Geraldo, o campus 1 da Pontifícia Universidade Estadual de Campinas (PUCCampinas), o campus da Faculdades de Campinas (Facamp) e toda a área do Polo 2 do Centro de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec 2), onde já estão instaladas diversas empresas e centros de pesquisa.
O HIDS está comprometido com a valorização do seu patrimônio ambiental e cultural, de modo a integrá-lo na criação de um distrito sustentável, que promova desenvolvimento social e econômico sem prejudicá-lo. Por isso, os estudos voltados para um "master plan" para o seu território incluem um diagnóstico do patrimônio ambiental e cultural, contemplando o componente arqueológico.
O diagnóstico arqueológico da área do HIDS foi iniciado no final de janeiro pela ANX Engenharia e Arqueologia Ltda. Contratada pela Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), a ANX atua em projetos potencialmente impactantes ao patrimônio arqueológico e cultural. A empresa fará o levantamento de áreas com potencial cênico, paisagístico ou natural, considerando patrimônio cultural, sítios arqueológicos e monumentos históricos da área do HIDS. Incluem-se como áreas adjacentes (ADA) bairros como a Cidade Universitária e o Parque das Universidades, e uma Zona de Amortecimento, onde estão os bairros Parque Rural Fazenda Santa Cândida, Jardim Miriam, Santa Genebra, Novo Barão Geraldo, Jardim Afife e Real Parque.
Para agilizar o andamento do projeto, a Prefeitura de Campinas já deu início à criação de um grupo executivo com representantes da Prefeitura, universidades e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para avançar na formatação da proposta. A secretária municipal de Planejamento e Urbanismo finaliza os estudos sobre a ocupação do solo e uso misto de comércio, serviços e residências na área do HIDS, além de elaborar um plano de urbanismo inovador, eixos de transporte, arborização e um conceito de cidade voltado para as pessoas e tecnologia. Incentivos fiscais são estudados pela Secretaria municipal de Finanças para criar condições favoráveis no município, além de buscar incentivos estaduais e federais para esse polo de inovação e sustentabilidade.
Escrito por:
Gilson Rei/ Correio Popular
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