Notícias
CNEN recebe Diretora de Segurança Física Nuclear da AIEA
O presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior, recebeu a diretora da Divisão de Segurança Física Nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Elena Buglova, nesta segunda, 30. A dirigente AIEA, que tem uma agenda de compromissos até o dia 4 de outubro no Brasil, participou do encontro "Segurança Física Nuclear: Ações Regulatórias no Brasil e a Cooperação com a AIEA", na sede da CNEN, no Rio de Janeiro, para discutir mecanismos voltados a desenvolver ainda mais a área no país.
O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN (DRS/CNEN), Alessandro Facure, destacou que “a presença da diretora reforça os esforços globais para que consigamos discutir com maior profundidade as questões relacionadas à segurança física no mundo”. De acordo com o dirigente, o Brasil é uma liderança na área e tem muito a se beneficiar dessa cooperação.
Foram realizadas apresentações da AIEA, da CNEN e da Secretaria Naval de Qualidade e Segurança Nuclear (SecNSNQ), além de um painel de discussão com a presença de instituições atuantes do Programa Nuclear Brasileiro, envolvendo temas de interesse para a área de Segurança Física Nuclear. No painel sobre ações regulatórias no Brasil, iniciativas e cooperação com a AIEA, o Almirante Humberto Moraes Ruivo, superintendente de Acordos, Tratados e Cooperação participou por parte da SecNSNQ.
Na apresentação da AIEA, Buglova mostrou como a nuclear está presente em nosso cotidiano, destacou a atuação da Agência em diversas frentes e enfatizou o papel do organismo apoiando os Estados-membros no estabelecimento e manutenção de regimes de segurança nuclear eficazes. A segurança nuclear é responsabilidade de cada país, mas a AIEA apoia seu fortalecimento e desenvolvimento contínuo, por meio da cooperação internacional. A diretora esteve acompanhada por Rodney Busquim e Silva, da AIEA, que desenvolve metodologias e sistemas para segurança digitais.
O assessor da DRS/CNEN, Josélio Monteiro, mostrou o trabalho realizado em segurança física e os avanços em termos de normas, além de diversas iniciativas para uma atuação de acordo com as recomendações internacionais. “Temos procurado acompanhar o estado da arte em segurança nuclear”, enfatizou.
Segurança nuclear e cooperação
Mais cedo, a diretora Buglova esteve presente à abertura do “Regional Workshop on Developing a National Framework for Managing the Response to Criminal or Intentional Unauthorized Acts Involving Nuclear or Other Radioactive Material”. O evento vai até 4 de outubro, no Hotel Windsor, Rio de Janeiro e conta com a participação de profissionais do Paraguai, Chile, Argentina, México, Costa Rica, Honduras, Equador, Uruguai, Venezuela e Brasil. Os instrutores são do Brasil, Cuba e Tailândia.
O workshop regional conta com apresentações e discussões voltadas a aprimorar a segurança nuclear e fortalecer a resposta a atos criminosos ou não autorizados envolvendo material radioativo. O diretor de Radioproteção da CNEN ressaltou que, em caso de ações maliciosas, outros países podem ser afetados e, também por isso, é importante que todos os países possam interagir, de forma que as ações possam ser debeladas. “É importante criar uma rede robusta a partir de nosso trabalho e a cooperação com a Agência é crucial. Precisamos estar preparados para que essas ações maliciosas possam ser debeladas”, disse Facure.
Durante sua estada no Brasil, a representante da AIEA tem, também com a CNEN, compromissos no Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), em Abadia de Goiás, e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. No CRCN-CO está localizado o depósito dos rejeitos gerados com o césio-137. A agenda externa inclui encontros com o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) e com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Texto: Lilian Bueno/IRD/CNEN