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Eleições municipais e desinformação são destaques em reunião da Coordenação de Plenária dos Conselhos de Saúde
Foto: CNS
As Plenárias de Conselhos de Saúde foram criadas por deliberação do 1º Congresso Nacional de Conselhos de Saúde, em abril de 1995. Seu objetivo é promover a relação dos Conselhos de Saúde com a esfera nacional na perspectiva de fortalecer a participação popular no Sistema Único de Saúde (SUS).
Já a Coordenação de Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, estabelecida em 1997, surgiu com a finalidade de fazer um intercâmbio entre os conselhos municipais, estaduais, distrital e nacional, bem como contribuir no encaminhamento das lutas pelo fortalecimento do SUS e do controle social.
Seguindo este propósito, o CNS reuniu conselheiras e conselheiros de saúde que são coordenadores de plenária para uma série de atividades em Brasília, durante os dias 6 e 7 de maio. Representantes de conselhos estaduais e municipais do Amapá, Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rondônia estiveram presentes.
A proposta do encontro foi debater pautas sanitárias importantes diante uma análise de conjuntura que destacou, dentre outros temas, as eleições municipais, as comunidades terapêuticas, a precarização do trabalho, o orçamento federal para a saúde, a saúde indígena e os impactos das atuais condições climáticas e os desastres ambientais.
A correlação de forças no controle social e a dinâmica política que movimenta o controle social do SUS também foi abordado entre os presentes. “Se a gente repetir, nas eleições municipais, o perfil do Congresso Nacional, a vida das pessoas estará em risco, especialmente as populações mais vulnerabilizadas”, declarou Eliana Cruz, pesquisadora que já integrou o CNS e conduziu a análise de conjuntura durante o encontro com os coordenadores de plenária.
Mauri Bezerra, conselheiro nacional de saúde que também comandou a reunião, reforçou a relação entre os conselhos, as eleições municipais e o papel que as mídias sociais desenvolveram e continuam desenvolvendo nas campanhas políticas. “Precisamos entender o papel das mídias sociais nas eleições, e como o campo democrático pode utilizar dessas mídias para fazermos também uma boa campanha”, apontou.
A integração entre redes sociais e eleições municipais também deve ser observada sob a perspectiva da população negra, especialmente da parcela mais jovem, acredita Wésia Nogueira de Sena, coordenadora de plenária do Rio Grande do Norte.
“Precisamos dar visibilidade e pautar este recorte racial. Há uma grande tentativa de forjar invisibilidade e nós somos tratados como minoria, mas somos a maioria. Devemos compreender como a comunicação, especialmente as redes sociais, devem ser utilizadas para dialogar com o povo, fazendo com o que o voto seja um voto em defesa do SUS”, declarou.
A conselheira ainda reforça o desafio que é estabelecer um bom fluxo de comunicação e diálogo entre essas declaradas “minorias” e os candidatos que se apresentarão no processo eleitoral deste ano. “Vai ser muito difícil dialogar com essas pessoas que hoje se colocam como pré-candidatas, o que vai dificultar muito a nossa caminhada até 2026. O SUS, em 2024, precisa pautar a democracia. Não podemos desistir de ter um SUS público universal e gratuito para todas e para todas e o envolvimento e formação da juventude nos movimentos sociais é essencial neste processo”, finalizou.
Ascom/CNS