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4ª CNGTES
Reflexões apresentadas em atividades autogestionadas norteiam debate de fórum internacional
Foto: Thiago Lustosa Fotografia - Convidados do fórum internacional enfileirados em pé posando para a foto no palco. Ao fundo, logomarca do evento.
A 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (4ª CNGTES) contou com 21 atividades autogestionadas selecionadas para comporem a programação do primeiro dia de trabalho (10/12). As autogestionadas são integradas ao espaço de compartilhamento de experiências nacionais e internacionais, apresentando discussões de abrangência, relevância e convergência. Para finalizar essas atividades, foram selecionadas cinco perguntas apresentadas no espaço de compartilhamento de experiências nacionais e internacionais, conduzido pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto.
O fórum internacional contou com a participação da representante da Organização PanAmericana da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Socorro Gross; da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Isabela Pinto; e da consultora de Recursos Humanos para Evidências e Conhecimento em Saúde da Opas Washington, Giselle Almeida.
Pigatto lembrou que a responsabilidade de se atuar a nível internacional mostra que o país não é uma ilha em uma conjuntura internacional adversa, com movimentos de retiradas de direitos. “Também houve resistência do nosso lado que resultou na criação de um grupo de trabalho na assembleia geral para termos uma resolução no âmbito da OMS, sobre a participação social. Fizemos com que as coisas avançassem com debates no CNS, com os conselhos estaduais e na campanha lançada na 17ª Conferência Nacional de Saúde sobre os conselhos locais de saúde”.
As cinco questões selecionadas nas atividades autogestionadas foram:
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Fortalecer conselhos de saúde em um momento em que as Organizações Sociais estão dominando as gestões públicas em vários estados e qual agenda proposta frente a essa desconstrução do modelo de gestão pública;
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Que agenda seria possível sobre saúde digital, inteligência artificial e participação social no SUS, na perspectiva da gestão do trabalho e da educação na saúde;
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Como garantir uma formação em saúde de qualidade e com dignidade diante da expansão da iniciativa privada e sucateamento da formação profissional em saúde;
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Quais estratégias utilizadas para estimular e fortalecer projetos que conectem as instituições se ensino às comunidades;
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Quais critérios devem ser considerados prioritários para execução e sustentabilidade de projetos de formação.
Protagonismo de profissionais de saúde
A representante da Organização PanAmericana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Socorro Gross, destacou o protagonismo de profissionais de saúde na pandemia de covid-19. “Na realidade os heróis e heroínas da pandemia são os trabalhadores da região das Américas”. Por esse motivo, segundo ela, é preciso falar do trabalho com dignidade, uma educação que seja abrangente, com oportunidade e segurança para quem está na linha de frente trabalhando quando outras pessoas têm que se proteger.
Gross reforçou que, na região das Américas, o trabalho está muito fragmentado em relação à diversidade de contratações que dão segurança e à educação que tem que trazer para a realidade áreas importantes como a saúde digital e novas ferramentas. “Estamos de mãos dadas, pois o trabalho que temos que fazer para resgatar o que precisamos de prioridade para a gestão do trabalho e da educação na saúde não é possível fazer sozinhos. Precisamos não apenas dos trabalhadores, mas da participação social e para ter o que precisamos como trabalhadores”, salientou.
Trabalho como bem público
A secretária da SGTES Isabela Pinto, abordou a importância do debate e da conjunção de propostas, somado aos caminhos para avançar e sair da 4ª CNGTES com um potente relatório que fortaleça o processo de implementação das políticas públicas. “Trazer uma mesa pensada na perspectiva de diálogo internacional é mostrar que tem pautas que extrapolam o nosso país e refletem em outros países”. Ela acrescentou que as atividades autogestionadas foram um excelente começo para esse evento que pode colocar o trabalho como bem público e a trabalhadora e o trabalhador como eixo fundamental de sustentação da sociedade e para o desenvolvimento de qualquer país.
Globalização
A consultora de Recursos Humanos para Evidências e Conhecimento em Saúde da OPAS Washington, Giselle Almeida, destacou que a globalização é um tema central na discussão da gestão do trabalho e da educação na saúde. “Temos enfrentado problemas seríssimos com profissionais de saúde que encontramos nas Américas, um problema que foi exacerbado com a pandemia, além do déficit de profissionais de saúde calculado de 600 mil a dois milhões de profissionais de saúde na região, um déficit que continua piorando em vários países da região. A globalização faz esse tema ainda mais vulnerável, porque o que acontece nos países mais desenvolvidos afeta muito os países em desenvolvimento, principalmente os mais pobres”, disse.
SGTES
Fazendo coro com gestoras(es) e representantes da sociedade civil na comemoração do retorno da participação social no cenário da gestão do trabalho e da educação na saúde, a SGTES promoveu seis atividades autogestionadas, constituídas como uma ação importante para reforçar o lugar central da gestão na construção de um SUS mais justo e equânime.
De acordo com a secretária da SGTES, Isabela Pinto, essas atividades possibilitaram o debate de temas diversos e evidenciaram o imenso desafio que existe na área. “Esse momento configura uma construção conjunta, com a participação social e a gestão, o que só é possível em um governo democrático, como o governo do presidente Lula e da nossa ministra Nísia Trindade, primeira ministra mulher”, destacou no compartilhamento de experiência nacionais e internacionais.
As atividades autogestionadas da SGTES foram orientadas por três eixos de trabalho desenvolvidos dentro da secretaria: Gestão do Trabalho na Educação, Gestão do Trabalho na Educação e Equidade.
Luciane Marazzi e Nádia Conceição
Comunicação Colaborativa 4ª CNGTES CNS/MS