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Bem-viver
Práticas de cuidados ancestrais acolhem delegações da 4ª CNGTES
Descrição da imagem: Duas mulheres em pé, uma de frente a outra, de olhos fechados e mão no peito. Estão em um jardim. Ao fundo, outra dupla na mesma posição.
“As terapias ancestrais são fundamentais para a manutenção da energia vital e para nossa existência”, disse a sanitarista e servidora da Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGETS-MS), Caroline Coutinho de Souza, depois de uma sessão de auriculoterapia realizada no Espaço de Saúde, Acolhimento e Cuidados Ancestrais, da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (4ª CNGTES).
O espaço de cuidado destinado às Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PICS) e de saberes populares e povos originários acolheu, até o dia 12 de dezembro, cerca de 1.200 pessoas nas 21 práticas de cuidados individuais que, além da auriculoterapia, incluíram terapias como Reiki, benzimento, massagens, acupuntura, escalda-pés, dentre outros, e 15 práticas de cuidados coletivos como meditação, roda de dança, biodança, práticas comunitárias integrativas, cuidados com ervas e óleos essenciais.
Os saberes dos povos originários e comunidades tradicionais não divergem do conhecimento científico. São práticas de medicina das florestas e dos povos de terreiros, que resgatam a identidade e apontam para um vasto conhecimento sobre plantas, ervas medicinais, raízes, folhas, cascas, galhos, frutas e sementes muitas vezes usados para cuidados e práticas de cura.
Autocuidado e redução de danos
A conselheira nacional de Saúde Altamira Simões, coordenadora do Espaço de Saúde, Acolhimento e Cuidados Ancestrais, explica que essas terapias estimulam o autocuidado, como estratégia de redução de danos para o bem-viver e preservação da saúde.
“A conferência reuniu o público composto por pessoas trabalhadoras, muitas que fizeram frente no combate à Covid-19 e por pessoas usuárias que estavam vivendo a pandemia. Muitas perderam familiares e outras estão vivenciando as sequelas da doença. Por isso, pensamos muito em criar manifestações culturais para que as pessoas se sintam em um ambiente leve, saudável e acolhedor”, ressalta Altamira.
Trabalho voluntário
O espaço de atendimento é composto de pessoas da Comissão de Práticas Integrativas, como terapeutas e ativistas, dando visibilidade para pessoas que se dedicam de forma voluntária a esse trabalho.
“Esse lugar é o lugar de acolher e de tocar, não apenas subjetivamente, mas de tocar nas pessoas, em pontos doloridos, em pontos sensíveis, em pontos que nunca foram tocados”, disse Altamira, que acrescenta que na 4ª CNGTES, pessoas representantes de todo o país estão acolhidas. “Aqui é um espaço de cuidado convergente de todo o país para dentro de uma conferência que discute uma política nacional de acesso e de cuidado.
A terapeuta holística Francisca Célia Santos de Souza atua no espaço de cuidados há três conferências e destaca que as pessoas chegam de seus estados e municípios para participar da conferência, encontram um lugar acolhedor em que elas estão de outro lado, sendo cuidadas e não como cuidadoras. “A pessoa volta para casa com uma sementinha de alegria e de compreensão”, fundamenta.
O delegado Kairi Dias, representante do estado da Bahia está participando pela primeira vez de uma conferência nacional e acredita que as terapias ancestrais e de acolhimento contribuem diretamente para a descontração e para o relaxamento. “Participei de atividades maravilhosas como massagem e auriculoterapia. É muito importante ter esses momentos para relaxar e, assim, discutir com mais argumentos, com mais seriedade”, finaliza.
Luciane Marazzi
Comunicação Colaborativa 4ª CNGTES CNS/MS