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Debate coletivo
4ª CNGTES: Conferencistas debatem caminhos para gestão participativa e democracia no trabalho e da educação na saúde
Descrição da imagem: Altamira em pé com microfone na mão, ao fundo tela com logomarca da conferência.
Democracia, controle social e o desafio da equidade na gestão participativa do trabalho e da educação em saúde foi o tema da mesa de debate do Eixo Temático 1 da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (4ª CNGTES), que iniciou nesta terça (10/12) – após 18 anos da sua última edição –, e segue até sexta-feira (13/12), em Brasília (DF). Este ano, o tema central do encontro é Democracia, Trabalho e Educação na Saúde para o Desenvolvimento: Gente que Faz o SUS Acontecer.
Para a secretária adjunta de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS), Laíse Rezende, que coordenou a mesa, a 4ª CNGTES é um momento de celebração e de reconhecimento aos 1.700 delegados e delegadas que estão participando desse momento. “Vocês são fundamentais na construção do nosso debate, nas 85 diretrizes e 293 propostas que compõem os eixos temáticos da conferência. Temos a certeza de que vamos viver momentos lindos de construção em cada sala, em cada espaço coletivo. Estaremos juntas(os) e firmes nos nossos propósitos, entre eles a luta pelo fim do genocídio indígena, contra o racismo estrutural, contra a LGBTfobia, contra a transfobia. É a luta pela vida, pela equidade, pela democracia”, afirmou Laíse.
A mesa também foi coordenada pela conselheira do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Altamira Simões, que destacou o papel da organização da conferência, responsável por preparar um ambiente aberto para o debate, propostas, elogios e reclamações e, sobretudo, de existência e resistência. “Uma das mais importantes pautas da 4ª CNGTES é a precarização do trabalho na saúde que é uma realidade comprometedora não apenas os direitos dos trabalhadores, mas também da qualidade dos serviços prestados à sociedade. Condições de trabalho inseguras, baixos salários, jornadas excessivas e a falta de estabilidade geram um ambiente que afeta a saúde física e mental de profissionais. Precisamos lutar contra tudo isso”, disse.
O diretor executivo do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), André Luiz Lima, observou durante sua palestra que a saúde, inclusive pelo princípio constitucional, não se faz apenas com o setor saúde. “A área da saúde deve ser desenvolvida por meio da integração de diversas políticas públicas intersetoriais. A promoção da saúde envolve ações que transcendem o âmbito hospitalar e clínico, abrangendo diversas outras áreas. Portanto, a construção de um sistema de saúde eficaz exige a colaboração de múltiplos setores, com o Estado coordenando esforços para promover um ambiente saudável que beneficie toda a população”, declarou.
A outra palestrante da mesa, a reitora honorária da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Valéria Correia, lembrou que o SUS foi uma conquista árdua do Movimento da Reforma Sanitária Brasileiro, durante a ditadura empresarial militar que disciplinava a classe dominante, o setor privado, nacional e internacional. “Essa luta continua presente. Apesar do SUS fazer parte da vida dos brasileiros, existe um movimento de desmonte do sistema que precisamos combater. Ganhamos as eleições, porque o projeto democrático ganhou, mas o Congresso Nacional ainda aponta para outra direção, e precisamos fortalecer a proteção do nosso sistema público de saúde”, declarou Valéria.
Fique por dentro
Dividida em três eixos temáticos, a 4ª CNGTES representa uma oportunidade para reavaliar e reformular as diretrizes de gestão do trabalho e educação na saúde, visando consolidar uma política pública duradoura e capaz de resistir às adversidades, com monitoramento e avaliação contínuos pelos conselhos de saúde, sociedade civil, controle social e demais grupos que possuem papel fundamental no fortalecimento do SUS.
Os outros dois eixos temáticos da conferência abordam os seguintes temas: Trabalho digno, decente, seguro, humanizado, equânime e democrático no SUS: Uma agenda estratégica para o futuro do Brasil; e Educação para o desenvolvimento do trabalho na produção da saúde e do cuidado das pessoas que fazem o SUS acontecer: A saúde da democracia para a democracia da Saúde.
Descrição da imagens: Duas fotos internas na matéria. A primeira um close de Laíse e a segunda uma foto dos participantes da mesa com a logo da conferência ao fundo.
Victor Almeida
Comunicação Colaborativa da 4ª CNGTES CNS/MS