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Saúde da pessoa idosa
CNS debate o cuidado integral e integrado à saúde da pessoa idosa
Foto Ascom/CNS
Com uma abordagem multidisciplinar, integral e multidimensional, a Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal porta de entrada para a população idosa em situações de acidentes e desastres. O tema foi discutido durante a 357ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), no último dia 14 de agosto, em Brasília.
Segundo a coordenadora da Comissão Intersetorial Atenção à Saúde nos Ciclos de Vida do Conselho Nacional de Saúde (Ciascv/CNS), Vânia Leite, no Brasil há 32,11 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos, sendo a maioria mulheres.
“É importante avaliar as condições de saúde e bem-estar das pessoas idosas durante e após os desastres ou acidentes, principalmente, pela vulnerabilidade das mulheres idosas que sofrem com a violência de gênero”, alertou Vânia.
Outro ponto discutido foi a urgência na capacitação dos profissionais de saúde para atender necessidades específicas da população idosa, já que as linhas de cuidados apresentam características peculiares relacionadas aos agravos em saúde com foco nas especificidades e demandas de cada faixa etária.
Políticas Integrativas
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) estabelece como meta a atenção integral à saúde da pessoa idosa, e considera a condição de funcionalidade como um importante indicador de saúde desta população. Mas como recuperar, manter e promover a autonomia e a independência da pessoa idosa a partir de medidas coletivas e individuais que fortaleçam princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), como a integralidade?
A partir desse questionamento, o representante da Coordenação de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (Copid/DGCI/Saps/MS) e pesquisador, Dr. Francisco Norberto da Silva, apresentou as principais ações em curso do Ministério da Saúde para mitigar o impacto de desastres e acidentes com a população idosa.
“Por exemplo, é muito importante assegurar à população idosa em situações de desastres e acidentes, o acesso aos medicamentos, tratamentos, alimentação adequada e suporte emocional, como foi no caso das enchentes do Rio Grande do Sul (RS)”, afirmou Francisco.
Desastres ambientais e mudanças climáticas
Nos últimos anos, uma elevada ocorrência de desastres naturais no Brasil têm sido observada, decorrentes da degradação ambiental e das mudanças climáticas que afetam, principalmente, populações vulneráveis como as pessoas idosas.
Essas tragédias ambientais são causadas muito pela ação humana, como a seca histórica no Amazonas (AM) em 2023 e 2024 e as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que ocasionaram o transbordamento do Rio Guaíba provocando alagamentos em vários municípios do estado.
De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) no RS, Silvana Lamers, “ o estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, é um dos estados com maior longevidade e percentual de pessoas idosas em todo o Brasil. Um em cada cinco gaúchos já tem 60 anos ou mais”.
Cris Cirino
Conselho Nacional de Saúde