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Distritos indígenas irão receber 117 novos profissionais pelo Programa Mais Médicos
Fotos: CNS
O Ministério da Saúde aumentará em 51,5% o número de médicos nos Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígena (Dseis). A ação será alcançada com o chamamento de 117 profissionais intercambistas — médicos brasileiros formados no exterior — do Projeto Mais Médicos para o Brasil. Eles serão distribuídos em 29 Dseis, sendo 14 para o território Yanomami, que enfrenta uma situação de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, participou nesta segunda (13/03) do evento de recepção promovido pelo Ministério da Saúde. O acolhimento aos profissionais do 26º ciclo teve o objetivo de dar as boas-vindas aos médicos escolhidos no edital e apresentar a eles as secretarias de Atenção Primária à Saúde (Saps) e de Saúde Indígena (Sesai).
Pigatto afirmou que fez questão de fazer parte deste momento em razão da simbologia que representa. “A gente lutou bravamente, o CNS e quem estava ao lado das políticas públicas, que precisavam ser resistência. E a população indígena foi valente, mas mesmo assim sofreu as consequências dos desastres colocados em prática no último período.”
O presidente do CNS ressaltou o sentimento de unidade e reconstrução. “Estamos reiniciando um programa com toda a força e prioridade, porque ele nunca deixou de existir, apesar de ter sido atacado. Uma irresponsabilidade com a saúde indígena no nosso país e que até hoje temos consequência.”
Atualmente, os 34 Dseis do país contam com 227 profissionais em atuação. Nésio Fernandes, secretário de Atenção Primária à Saúde, destacou que a iniciativa é primordial para atender os indígenas que “estão morrendo nos territórios por condições preveníveis”.
“Como gestor público e como médico, entendo a importância de reforçar o acolhimento dos povos originários. Eles já poderiam, há um bom tempo, estar sendo atendidos, mas estão sofrendo com a desassistência deixada”, destacou.
Nésio completou que o cuidado primário nos territórios está fragilizado. “Os indígenas não morrem de diabetes, porque não há açúcar em sua dieta, nem de hipertensão, porque não consomem sal. A causa das mortes dos nossos povos originários é fome, desnutrição e malária. As intervenções são antibióticos, comida, dignidade e valor à vida humana”, ressaltou.
Ascom CNS, com Ministério da Saúde