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Participação de jovens em conselhos de saúde também é desafio para controle social
Foto: CNS
O projeto de formação para conselheiros de saúde e lideranças de movimentos sociais Participa+ chega ao fim de sua terceira edição. Disparado pelo Conselho Nacional de Saúde em parceria com todos os conselhos estaduais de saúde do Brasil, o projeto tem como ponto focal as comissões de educação permanente, já que o estímulo base da ação é justamente fortalecer tais comissões por meio de um processo descentralizador.
Pessoas conselheiras de saúde, presidentes, vice-presidentes e técnicos que atuam nas comissões de educação permanente de conselhos estaduais e dos conselhos municipais das capitais brasileiras estiveram em Brasília nos dias 29 e 30 de novembro para o 4º Encontro Nacional das Comissões Estaduais de Educação Permanente para o Controle Social no SUS. O objetivo foi apresentar dados e atividades realizadas na 3ª edição do Participa+ e já disparar propostas e ideias para a 4ª edição.
O Encontro Nacional das Comissões Estaduais de Educação Permanente reuniu quase 100 representantes que participaram, ao longo de 2023, das propostas previstas no projeto. Ao todo, 40 oficinas de formação para lideranças e conselheiros, 80 rodas de conversas temáticas autogestionadas e 1 curso de formação para 81 representantes das Comissões de Educação Permanente dos Estados e Lideranças Sociais foram ofertados.
Em Brasília, além de considerações propositivas sobre o processo pedagógico do Participa+, um ponto em comum foi abordado pelas pessoas participantes do Encontro: o envolvimento de jovens no controle social do SUS e também nos movimentos sociais. “Nós, do SUS, precisamos ter um processo político pedagógico para quem está entrando”, decreta Valdevir Both, coordenador executivo do CEAP, órgão parceiro do projeto junto ao CNS e a Organização Pan-Americana de Saúde/OMS.
Uma atuação jovem mais efetiva nos processos de fortalecimento e construção da saúde pública torna-se, portanto, imprescindível para o futuro dos conselhos de saúde. O propósito aqui é abrir o leque para que novas entidades integrem os conselhos, sempre possibilitando uma abertura para preparar os que estão por vir.
Para alcançar essa meta, algumas ideias foram apontadas, como envolver estudantes residentes da saúde em programas de formação para conselhos. “A academia deve se integrar ao Controle Social pois o futuro conta com essa juventude. Precisamos trazer esses jovens com a sua linguagem, pensando sempre em como possibilitar que novas comunidades e mais estudantes possam participar não só do controle social, como do próprio projeto Participa+, declarou a conselheira nacional de saúde e coordenadora da Comissão Intersetorial de Educação Permanente do CNS.
Na prática, participantes de Minas Gerais compartilharam a proposta desenhada no estado para realização de um projeto de formação de conselheiros exclusivamente para pessoas com menos de 30 anos de idade. No Amapá, outra ideia inovadora, lá o conselho municipal de saúde articulou um campeonato de futebol e até um bloco de carnaval com temáticas da saúde pública e do SUS, numa tentativa de chamar atenção de outras pessoas jovens do município.
As Conferências Livres em Saúde, que ganharam enorme destaque na 17ª Conferência Nacional de Saúde devido ao grande volume de reuniões agendadas (99 conferências em todas as regiões do país), bem como de pessoas eleitas e delegadas, também foi colocado como proposta de inovação no processo do controle social. “Território é, também, lugar de disputa de projeto de sociedade e os conselhos estaduais e municipais abriram-se para este novo processo e naturalmente novas lideranças surgiram deste espaço fecundo”, declarou uma das participantes do Mato Grosso do Sul.
A 4ª Edição do Projeto Participa+ já está confirmada para realização em 2024. Segundo Sueli Barrios, a parceria junto a Opas/CNS e o Ceap permanece, ressaltando que há recursos financeiros para a ação até o ano de 2027, já que ele está previsto no previsto no Plano Plurianual (PPA). “Nosso objetivo é realizar o Participa+ nas 450 regiões de saúde do Brasil”, declarou.
Ascom/CNS