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Jovens do campo, das florestas e das águas já têm seus representantes para a etapa nacional da 17º CNS
Fotos: CNS
Além de cinco delegadas (dos) eleitas (os) durante Conferência Nacional Livre em Saúde, realizada pela Contag durante o 4º Festival Nacional da Juventude Rural, foram aprovadas diretrizes e propostas que serão remetidas à 17ª Conferência Nacional de Saúde
Pactuar com o Ministério da Saúde espaços para promover a participação juvenil e fortalecer ações de educação integral em sexualidade para a juventude rural estão entre as propostas aprovadas na Conferência Nacional Livre em Saúde da Juventude do Campo, da Floresta e das Águas, realizada nesta quarta (25/04), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).
As propostas e diretrizes serão levadas para a etapa nacional da 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que será realizada entre os dias 2 e 5 de julho. Na ocasião, também foram eleitos cinco delegados e delegadas que deverão participar da 17ª CNS representando jovens do campo, das florestas e das águas.Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, houve nos últimos anos um desmonte na seguridade social, bem como exploração da vida dos trabalhadores do campo, da floresta e das águas, além de perseguição de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. “O Brasil necessita de um amplo processo de reconstrução nacional, na perspectiva de garantir o amanhã”, declarou Pigatto.
Entre as discussões realizadas na conferência livre organizada pela juventude rural está a atuação dos conselhos de saúde, dos movimentos comunitários, sociais e sindicais para garantia do acesso aos serviços do SUS, a partir do empenho e compromisso vivenciado na pandemia da Covid-19 e sua articulação intersetorial.
“Durante a pandemia, se intensificou ainda mais o trabalho dos conselheiros e das conselheiras nacionais de saúde para que pudéssemos fazer o diálogo com a sociedade em defesa da vida, durante aquele momento de tantas negações que vivíamos”, afirma a conselheira nacional de saúde Madalena Margarida da Silva.
Além de resgatar as ações do CNS durante a pandemia, Madalena abordou os desafios para o próximo período e a necessidade de se ampliar as discussões e mobilização para outros grupos sociais, como a juventude rural e os agricultores familiares que estão participando desta conferência livre. “Pr
ecisamos fortalecer esse processo, conscientizar e capacitar cada vez mais pessoas para discutir políticas de saúde que possam acolher de modo mais amplo o povo brasileiro”, completa.
O papel do controle social, como pilar estruturante para o SUS e estratégico para a garantia de direitos foi destaque na fala de Edjane Rodrigues, secretária de Políticas Sociais da Contag. “O controle social é estratégico porque é onde a gente fiscaliza a implementação das políticas públicas. É fundamental nos organizarmos enquanto sociedade civil, para estarmos nestes espaços e conscientizar a sociedade para que ela entenda o que é controle social e porque acontecem as conferências”, avalia Edjane.
No eixo garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia, tema da etapa nacional da 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), os participantes discutiram o momento do SUS como expressão política do direito humano à saúde e exercício da cidadania, amparado princípios e diretrizes fundamentais basilares do estado democrático de direito.A conselheira nacional de saúde, Fernanda Magano, destacou que garantir direitos, perpassa pelo processo histórico de construção do SUS no nosso país. “É gratificante ver tanta gente jovem interessada na pauta da saúde fazendo esta construção. Felizmente estamos em uma nova fase. E temos muito a construir. Amanhã vai ser um outro dia. E estamos construindo esta alvorada”. Ela reforça a importância de a Constituição trazer em seu eixo a soberania e a democracia representativa e participativa.
Já a conselheira nacional de saúde, Ana Lúcia Paduelo, ressaltou que o que está em disputa é a nossa sobrevivência, o direito à vida, à saúde, à moradia e à educação. “Temos que exercer a nossa cidadania, fazer a incidência política a partir desse processo democratico: colocando propostas, voltando e fazendo com que cheguem às conferências”, disse ao enfatizar que as cidades estão precarizadas. E que a qualidade de vida está justamente no ambiente rural, com a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis. Ela foi enfática à juventude rural: "Vocês são o futuro e sabem o que tem que ser feito. Semear a resistência e cultivar um mundo novo.”
A coordenadora do Departamento de Apoio à Gestão Participativa (Dagep), do Ministério da Saúde, Kátia Souto, ressaltou que o Brasil voltou, caso contrário o Ministério da Saúde não estaria ali. “Acreditamos nas políticas públicas e no controle social. Sem participação social, não vamos reconstruir esse Brasil soberano”. Ela defendeu ainda a manutenção da mobilização para a promoção de saúde e de equidade.
A Conferência Nacional Livre em Saúde da Juventude do Campo, da Floresta e das Águas contou com a participação de mais de 500 pessoas. O evento integra a programação do 4º Festival Nacional da Juventude Rural, que ocorre de 25 a 27 de abril, no Parque da Cidade, em Brasília (DF).
Confira a matéria realizada pela TV Brasil: Festival da Juventude Rural reúne cinco mil em Brasília | Repórter Brasil | TV Brasil
Ascom CNS