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Papo CNS: “Nossa briga agora é por acesso e diminuição das desigualdades”, diz epidemiologista Ethel Maciel
Foto: reprodução/CNS
A enfermeira epidemiologista Ethel Maciel foi a entrevistada desta terça (18/01), na primeira edição do ano do Papo CNS. O programa, que teve como tema o avanço da variante ômicron no país, foi ao ar pelas redes do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Para Ethel, embora a pandemia ainda esteja longe do fim, o país já vive um outro cenário diante da doença.
“A gente brigou muito, por muitas coisas, em 2020 e 2021. Agora a nossa briga é um pouco diferente. Ela é mais por acesso, diminuição das desigualdades. A gente já tem vacinas, já tem medicamentos que são efetivos. Então, o cenário é outro”, afirmou a epidemiologista.
Ethel Maciel é pós-doutora em Epidemiologia pela Johns Hopkins University (EUA) e professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Durante uma hora, a professora conversou com a jornalista Iara Lemos sobre o avanço da variante ômicron da Covid-19 em todo o mundo, sobretudo no Brasil.
A ômicron, segundo especialistas, é mais transmissível que a variante delta, por exemplo, mas possivelmente menos grave do que as outras detectadas desde o começo da pandemia da Covid-19. Para a epidemiologista, a falta de um programa de testagem em massa no Brasil dificulta a identificação dos casos.
“Estamos todos aprendendo com essa nova variante, mas ela é muito transmissível. A gente faz poucos testes e a gente sabe pouco aqui no Brasil. Uma pessoa positiva numa família, a gente teria de testar todas as pessoas que moram na casa com ela. E nós não temos um programa de testagem ainda no Brasil”, lamentou a especialista.
De acordo com Ethel Maciel, é preciso a liberação de autotestes, em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é que a definição ocorra ainda nesta semana. “Se nós tivermos a autotestagem, e eu espero que nós tenhamos, ele não pode ser apenas vendido na farmácia. A gente precisa ter uma política que facilite a liberação desse autoteste. A gente precisa garantir o acesso”.
A epidemiologista também respondeu aos questionamentos do público, que pode enviar perguntas pelas redes do CNS. A liberação da Coronavc para a vacinação de crianças esteve entre as perguntas de quem acompanhou o programa.
“Estou numa expectativa muito boa, positiva, para que possamos ter a Coronavc para crianças. É uma vacina de vírus inativado, que a gente já tem uma experiência muito grande com essa tecnologia, que é, digamos, mais conservadora. Parece que a Anvisa vai se reunir amanhã (quarta) com o Butantã para, provavelmente ter um anúncio até o final desta semana. Eu espero que sim”, afirmou.
Ascom/CNS