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Oficina do CNS e Opas reúne experiências de universidades públicas e conselhos de Saúde no combate à Covid-19
Foto: FreePik
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) e a Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil (Opas) realizaram na última terça-feira (14/09) uma oficina virtual, que reuniu experiências de universidades públicas e conselhos de Saúde no combate à Covid-19. Batizada de “Ações dos Conselhos de Saúde com universidades e outras instituições”, a atividade foi transmitida pelo canal do Youtube do Portal da Inovação na Gestão do SUS. Essa foi a segunda oficina promovida para reunir experiências.
O encontro possibilitou o intercâmbio de experiências identificadas pelo Laboratório de Inovação em Saúde (LIS), instituído pelo CNS e pela Opas. Para o conselheiro nacional de Saúde Neilton de Oliveira, membro da Mesa Diretora do CNS, as experiências destacadas no encontro servem de estímulo para outros municípios.
“A pandemia está nos ensinando a utilizar melhor as tecnologias de comunicação e para sermos ativos requer uma melhor articulação e integração. A dificuldade no Brasil não é só por causa da pandemia, mas por causa do manejo inadequado feito pelo governo federal, a desarticulação entre os governos estaduais e municipais. O município é o território onde vivemos onde as coisas acontecem, é ali que tem que ter as respostas. Os governos precisam estar alinhados e articulados nesse processo. Os resultados são frutos da nossa iniciativa e articulação”, apontou.
Desde que a pandemia da Covid-19 teve início, conselhos de saúde, universidades públicas e outras instituições acadêmicas aproximaram seus trabalhos, a fim de atender melhor aos anseios da sociedade. A articulação em vários municípios possibilitou a execução de atividades de enfrentamento da Covid-19, especialmente, por meio do uso de tecnologias de informação e comunicação.
O isolamento social foi superado com reuniões e debates virtuais entre os atores sociais, a melhoria da formação dos conselheiros por meio de capacitações onlines e a criação de vínculo com o cidadão foi estimulada por meio das redes sociais. Um dos exemplos partiu do Grupo Complexidade de Araraquara(SP), responsável pela experiência Controle Social e Gestão Municipal: o enfrentamento à pandemia no município com enfoque da complexidade.
“Sempre trabalhamos com múltiplas ações interativas e compreendemos que só uma ação isolada não daria conta, nós precisávamos ter uma ação de controle da transmissão, de testagem em massa, da vacinação, do conhecimento científico, dados precisos sobre comorbidade, testagem, identificação de focos de transmissão, lockdown. Então, apresentamos uma proposta ao Conselho Municipal de Saúde de Araraquara e foi aprovada. Continuamos o trabalho e conseguimos alguns dados mesmo que ainda não sejam suficientes. Apresentamos as ações necessárias, os efeitos esperados, modo de execução e governabilidade, e os responsáveis pela garantia e execução da ação”, explicou Eduardo Pinto, professor e um dos autores do projeto.
Bernardino Souto, médico generalista e autor do projeto Grupo Complexidade da pandemia em parceria com o Conselho Municipal de Saúde em São Carlos(SP), explicou que as dificuldades impostas pela pandemia motivaram a articulação com o Conselho Municipal de Saúde de São Carlos que sempre foi receptivo.
“A partir desse levantamento, o grupo traçou o planejamento estratégico para conter a pandemia e diminuir a taxa de mortalidade, seguindo o modelo de linhas de cuidado do SUS”, afirmou Souto.
Estéfanne Aragão, discente de medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) e voluntária do projeto Estratégias de qualificação para conselheiros municipais de saúde do oeste da Bahia, contextualizou a experiência e explicou sobre as atividades de qualificação para os conselheiros municipais de saúde.
“Promovemos a educação em Saúde para que eles pudessem tomar decisões seguindo as diretrizes do SUS no enfrentamento da pandemia. Identificamos a carência da região, muitos conselheiros não entendiam o seu papel, nem o papel do conselho, então foi bastante importante”. As oficinas são virtuais e os temas foram definidos de acordo com as necessidades dos conselheiros. Compostas por nove módulos, as oficinas vão até novembro.
O evento finalizou com a participação de Tereza de Sena, expositora do projeto Diversos municípios: a importância da integração entre a academia, movimentos sociais e os Conselhos de Saúde na qualificação e promoção da participação popular enfatizou as ações de promoção da educação em saúde.
“Realizamos várias lives, aprendemos juntos como usar os recursos novos, foi um aprendizado para todos, passamos orientações de uso de EPIs, usamos carros de som, reuniões diversas, distribuição de álcool em gel, máscaras, dicas de alimentação saudável, fizemos um trabalho de doação de esperança”.