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Seminário Nacional de Saúde das Mulheres encerra com agenda de propostas para atuação política em 2022
Foto: CNS
Encerrou nesta quinta (25/11), o 3º Seminário Nacional de Saúde da Mulher, realizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) por meio da Comissão Intersetorial de Saúde das Mulheres (Cismu). Após a realização de 5 etapas regionais pelo Brasil, com 1.174 inscrições efetivadas, as participantes desenvolveram um caderno de propostas para o ano de 2022, para subsidiar a próxima conferência temática e a 17ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada em 2023.
O seminário teve início no dia 24 de setembro e foi sucedido por etapas regionais. O objetivo foi debater a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, com a avaliação da implementação das propostas aprovadas na 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher (CNSMu), após quatro anos de sua realização. Além disso, a atividade também visou fomentar a formação das Cismus nos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde.
Vanja dos Santos, coordenadora da Cismu no CNS, felicitou a jornada trilhada até ali. “Hoje é dia de refletir, debater e alertar a sociedade sobre violências e opressões que as mulheres ainda vivem. Não só violência doméstica, mas política, institucional e em todos os lugares. Isso é resultado da cultura patriarcal e machista que ainda sobrevive no mundo. Estamos encerrando uma etapa de luta pelo bem viver das mulheres”.
Fernando Pigatto, presidente do CNS, defendeu a importância dos debates sobre a saúde e a vida das mulheres de forma perene no controle social. “Temos a força das mulheres no CNS. Chegamos ao final de uma etapa que envolveu todo o controle social brasileiro. Todos os dias estamos enfrentando um governo que perpetua violência, racismo, homofobia, machismo, ódio, discriminação e preconceito. Mas combatemos tudo isso com nossa luta pela igualdade, com amor e solidariedade”, disse.
Neilton Araújo, conselheiro nacional de Saúde representante do Ministério da Saúde, pediu desculpas por não ter conseguido interlocução com o Ministério para que o órgão, que foi convidado, estivesse representado no evento. Ainda assim, segundo ele, há disposição e engajamento de diversos servidores com a luta das mulheres na construção das políticas de saúde.
“Somos muitas vezes vistos como adversários, mas temos muitas pessoas que lutam, defendem e continuam animadas na construção do SUS. Não vamos construir um amanhã melhor sem a fraternidade das companheiras mulheres. Nossa caminhada é permanente. A luta pela saúde é permanente, nos glorifica e alegra”, concluiu.
Saúde das mulheres em contexto de Covid-19
Dentre os principais temas abordados no documento, apresentado pela conselheira nacional de Saúde Shirley Morales, está o impacto no contexto político e sanitário da Covid-19 na saúde e na vida das mulheres, visto que a atual crise sanitária afetou principalmente as mulheres, que viveram mais violências por terem sido submetidas a mais tempo com seus agressores dentro de casa. O seminário também definiu uma agenda de mobilização das mulheres para o próximo ano. Em janeiro de 2022, o Relatório Final do evento terá seu lançamento no Fórum Social Mundial das Resistências.
A deputada federal Érika Kokay destacou que as violências sofridas pelo segmento populacional referido não são apenas físicas. “Há violências que não deixam marcas na pele, mas deixam profundas marcas na alma. A construção de gênero quer nos restringir aos espaços domésticos. Nós, mulheres, temos um pacto com a coragem. Os corpos femininos carregam a coragem em um país dominado por uma necropolítica que asfixia a saúde como qualidade de vida”, afirmou.
Diversas outras mulheres, lideranças de vários espaços de atuação, também participaram do encerramento. As etapas regionais foram realizadas em encontros fechados, por meio da plataforma Zoom, e contou com a contribuição de representantes das Comissão Intersetoriais de Saúde das Mulheres do Conselho Nacional de Saúde, e também dos Conselhos Estaduais e Municipais; representantes de Conselhos Estaduais de Direitos das Mulheres; conselheiras/os titulares do CNS; coordenadoras/es de comissões intersetoriais do CNS; presidentas/es dos Conselhos Estaduais de Saúde; representantes mulheres de CES onde não tem Cismu.
Ascom CNS