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“CNS é fortaleza que o Brasil precisa cuidar”, diz Mónica Padilla, da Opas, durante seminário sobre Saúde do Trabalhador
Foto: Fernando Zhiminaicela/Pixabay
O Seminário Internacional Proteger o Trabalhador e a Trabalhadora é Proteger o Brasil teve início nesta segunda-feira (15/11), com uma programação virtual que reuniu centenas de participantes de diferentes países.
Realizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o evento integra a programação pelo Ano Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora da Saúde e da Assistência. O tema central do seminário será “Proteção do trabalho como estratégia para a saúde como bem comum: democracia e defesa do SUS para todas as pessoas”.
O presidente do CNS, Fernando Pigatto, fez referência às mortes causadas pela pandemia da Covid-19 no Brasil. Segundo ele, a pandemia agravou a situação já debilitada da saúde pública no país, além de aumentar a miséria, a fome e o desemprego.
“Temos mais de 610 mil vidas tiradas de nós pelo negacionismo, pelo genocídio que está sendo praticado em nosso país. Não temos o que comemorar neste dia porque a democracia segue sendo ameaçada e temos um presidente que representa um projeto de morte. Ao mesmo tempo, estamos aqui a partir de uma construção coletiva, em um seminário dessa magnitude, porque temos um povo que resiste, luta, sonha, acredita e faz acontecer o esperançar de um novo tempo. Continuamos a creditando numa país, numa América Latina e num mundo onde o trabalho não represente exploração, mas sim seja valorizado e as pessoas sejam felizes”, afirmou Pigatto.
O presidente do CNS aproveitou a abertura do seminário para fazer um chamamento para a 17ª Conferência Nacional da Saúde, que ocorrerá em 2023. “Vamos seguir transformando nosso luto em luta”.
Mónica Padilla, que participou do evento representando a Opas, afirmou que a pandemia mostrou, mais que nunca, a necessidade dos trabalhos em saúde para que todos pudessem enfrentar os desafios causados pela pandemia. Mônica aproveitou o espaço para fazer um reconhecimento em relação ao trabalho desempenhado pelo CNS.
“Quero fazer um reconhecimento ao papel chave que joga o CNS no SUS, no país e nos direitos da população brasileira em matéria de saúde e dos trabalhadores da saúde. O conselho representa a possibilidade de participação social, com uma estrutura respaldada legalmente”, afirmou.
Segundo ela, a estrutura do CNS é “uma fortaleza”, que o país precisa cuidar.
O seminário é voltado para conselheiros(as) de Saúde, integrantes das comissões intersetoriais do CNS, dos movimentos sociais e de entidades que compõem o controle social na saúde, gestores, entidades de ensino e de estudantes das profissões da área de saúde, fóruns de residentes na saúde, integrantes do Ministério Público do Trabalho e pessoas interessadas no tema.
O evento ocorre até esta quarta-feira (17/11), e terá mesas redondas, oficinas, rodas de conversa, mostra de vídeos e lançamento de livros. O objetivo será possibilitar um espaço de debates e reflexões sobre as principais questões relacionadas à proteção do trabalho como estratégia para a concretização da saúde como bem comum.
Representando do Ministério Público do Trabalho, a procuradora regional Ileana Neiva afirmou que foi de extrema importância o trabalho feito durante o período pré-seminário, que não separou os cuidados necessários para a saúde do trabalhador e para a saúde da comunidade.
“Proteger o trabalhador e proteger a trabalhadora é proteger a comunidade. Cuidar da saúde do trabalhador é cuidar do desenvolvimento do nosso país, para que haja mais produtividade. Os discursos da saúde e da economia não deveriam ser antagônicos, mas complementares”, disse.
Haroldo Pontes, represente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), reforçou a importância do tema do seminário. Na análise de Pontes, é preciso que haja reconhecimento pelo trabalho desempenhado pelos profissionais de saúde durante a pandemia.
“Se, por um lado, destacamos eventos como este. Por outro, ainda vemos que ainda é muito necessário fazer esse destaque e fazer esse lembrete. Esse ano foi um ano que o SUS teve muito destaque, foi muito aplaudido, mas isso ainda ainda se reverte em poucas ações”. Diversas outras autoridades participaram do evento.
Ascom CNS