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Relatório do CNS é mencionado três vezes como referência durante investigações da CPI da Pandemia no Senado
Foto: Portal Terça Livre.
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) voltou a ser citado na CPI da Pandemia, que investiga possíveis negligências e irregularidades do governo federal nas ações diante da crise sanitária. No depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira (08/06), o senador Renan Calheiros questionou se o ministro conhece o Plano Nacional de Enfrentamento à Pandemia apresentado ao Ministério da Saúde (MS) pelo CNS e pela Frente pela Vida, em julho de 2020.
O relator da CPI da Covid-19 também perguntou ao atual ministro quais das inúmeras recomendações enviadas pelo Conselho ao MS, desde o início da pandemia, devem ser aplicadas. O ministro respondeu que não leu os documentos ainda, mas fará uma análise em breve. No dia 19 de maio deste ano, o CNS entregou no Senado o documento intitulado “Contribuição do Conselho Nacional de Saúde para a CPI da Pandemia da Covid-19” para senadores que estão participando dos inquéritos.
Seis dias depois, em 25 de maio, no depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do MS, Mayra Pinheiro, a senadora Eliziane Gama citou documentos do CNS para contrapor a fala da secretária de que “o Ministério da Saúde nunca teria indicado tratamentos (com medicamentos como a cloroquina) para a Covid”.
Antecedentes e alertas do CNS sobre cloroquina
Em 22 de maio do ano passado, o CNS enviou a recomendação nº 42 à pasta da Saúde, pela suspensão das orientações para a utilização do medicamento para tratar sintomas leves da Covid-19. O documento do Conselho também pede que o “governo federal desempenhe seu papel na defesa da ciência e a redução da dependência de equipamentos e insumos, construindo uma ampla e robusta produção nacional”. Porém, as deliberações não foram atendidas.
Em janeiro de 2021, no ofício nº 17/2021/SECNS/MS, o Conselho pediu a revogação da nota informativa nº 9/2020- SE/GAB/SE/MS com orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19 e de qualquer instrumento (nota técnica, nota informativa, orientações, protocolos ou ofícios) que incentive o mesmo.
“O Conselho Nacional de Saúde fez uma documentação e enviou ao Ministério Público Federal falando exatamente contrário a essa orientação [do MS] porque não obedecia a recomendação das organizações sanitárias e da Organização Mundial da Saúde e colocava em risco a população brasileira”, destacou a Senadora Eliziane Gama contrapondo o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no dia 20 de maio deste ano, durante depoimento dele à CPI. Porém, mesmo com as evidências, Pazuello afirmou que o MS nunca orientou o “tratamento precoce” para Covid-19.
Depoimento do CNS à CPI da Pandemia
Já existem cinco requerimentos solicitando a presença do presidente do CNS, Fernando Pigatto, entre os depoimentos da CPI. A expectativa é que ele deve contribuir com as investigações prestando depoimento até a metade de julho, apresentando todos os argumentos do controle social na Saúde, que podem ajudar a comprovar as irresponsabilidades do governo federal e do MS na condução das ações de enfrentamento à pandemia.
Ascom CNS