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CNS promove live sobre “trabalho invisível” na pandemia
Foto: CNS
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) realizou nesta quarta-feira (28/07) uma live para tratar do tema Trabalho Invisível na pandemia da Covid-19 e o papel do controle social. O encontro virtual integra as ações do colegiado para 2021, pelo Ano Internacional dos Trabalhadores da Saúde e Assistência, reconhecido dessa forma pela Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a 73ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), em novembro do ano passado.
O encontro virtual foi mediado pelas conselheiras nacionais de Saúde Francisca Valda e Ruth Guilherme. As convidadas Ileana Mousinho, que é Procuradora Regional do Trabalho/Ministério Público do Trabalho (MPT) e Maria Helena Machado, pesquisadora da Fiocruz debateram o tema com os conselheiros nacionais de saúde Elgiane Lago e Diego Espíndola.”
“O CNS tem discutido vacinas, proteção do trabalhador, tem feito discussões sobre gestão, o CNS está atuando junto à CPI com muita documentação, muita contribuição, está sendo feita”, recordou a conselheira Francisca Valda.
Em sua apresentação, Maria Helena Machado, pesquisadora da Fiocruz falou sobre pesquisa nomeada Trabalhadores Invisíveis na Pandemia e sobre os elevados números da pandemia no Brasil desde os primeiros registros da doença. O levantamento apontou o óbito de mais de 2.500 mil trabalhadores da saúde no país devido à Covid-19.
“A coisa é muito grave e estamos falando apenas de uma estimativa. Esse número no país é assustadoramente grande”, afirmou.
A conselheira nacional Ruth Guilherme lembrou que, apesar das orientações de isolamento social, grande parte das pessoas não conseguiu deixar de trabalhar durante a pandemia.
“Vamos conversar para que a gente consiga achar soluções e ajudar essa população. Desses mais de 500 mil mortos, com certeza, muitos trabalhadores sucumbiram. E é por esses trabalhadores e trabalhadoras”, disse.
Já a Ileana Mousinho, que é Procuradora Regional do Trabalho/Ministério Público do Trabalho (MPT) demonstrou em sua análise o quanto a pandemia escancarou os Trabalhadores invisíveis no Brasil. Segundo ela, as mulheres negras estão no grupo mais afetado pela doença, especialmente por serem as mais demandadas no setor de serviços, área que não teve a possibilidade de trabalho remoto.
“No começo da pandemia, alguns acreditaram numa falácia, que a pandemia atingiria igualmente a todos. E o desenrolar da pandemia demonstrou que ela só acirrou e mostrou cabalmente que a desigualdade social que a gente vive é insustentável e que em momentos como esses, os mais vulneráveis são os mais atingidos. Com a informalidade e o desemprego crescentes, sabemos que as pessoas mais pobres, que vivem em ambientes pequenos, não conseguem fazer o necessário isolamento social. Todos os problemas sociais que vínhamos empurrando, a pandemia veio para mostrar que não estávamos no mesmo barco”, disse.
Campanha de proteção aos trabalhadores e trabalhadoras
A atividade é uma das ações realizadas pelo CNS para a campanha Proteger o Trabalhador e a Trabalhadora é Proteger o Brasil (edição 2021), lançada no dia 7 de maio com objetivo de disseminar informações, compartilhar experiências, dar visibilidade ao trabalho e amplitude à voz dos trabalhadores e das trabalhadoras que estão no enfrentamento à pandemia.
A ideia é acolher as angústias, os sofrimentos e as alegrias vividos em seus locais de trabalho, além de ser um canal de denúncia sobre os problemas vividos no dia a dia.
Para isso, a campanha vai reunir vídeos, imagens (fotografias e outras formas de registro artístico/sensível) e narrativas do cotidiano do trabalho produzidos pelos participantes. Os materiais serão publicados nas redes sociais do CNS e irão compor uma mostra virtual do enfrentamento à pandemia.
Os interessados em participar devem encaminhar os materiais para a comissão organizadora da campanha, pelos e-mails eccury@gmail.com ou mirianfalk10@gmail.com, especificando no assunto do email se é imagem, vídeo ou narrativa, seguido do nome da campanha (exemplo: Imagens – Campanha Proteger o Trabalhador e a Trabalhadora é Proteger o Brasil).
No corpo do e-mail deverá conter a identificação adequada dos participantes e autores do material enviado, com os respectivos créditos pessoais e institucionais, além de um resumo do conteúdo enviado.
Assista a live Trabalho Invisível na pandemia da Covid-19 e o papel do controle social
Ascom CNS